quarta-feira, 6 de junho de 2012

Aplicação dos Recursos Públicos - 06.06.12 - 45/100 dias de oração pelo Brasil

Dos 12 meses de trabalho que realizamos por ano, 5 são para gerar receitas para o Estado. Em outras palavras: quem ganha 12 mil por ano, entrega o equivalente a 5 mil para ser administrado pelo governo. Não percebemos isso porque, no Brasil, os impostos - exceto, por exemplo, o IPTU e IPVA -  estão embutidos nos valores das compras de produtos ou serviços que fazemos (e, alguns, algumas empresas recolhem de nós, mas não repassam às Receitas).

Assim, por falta de noção, quando muito, rimos dos casos de corrupção e dizemos: não tem jeito não, no Brasil foi e sempre será assim. E continuamos trabalhando para sustentar e até enriquecer corruptos.

É importante orar pela melhoria do uso desses recursos, que nos custam em torno de 1100 horas de trabalho por ano, pois nos comprometemos com aquilo pelo que oramos. Depender de Deus, porém, para que uma mudança ocorra, parece-me um equívoco, pois isso coloca sobre os ombros dEle,
retirando dos nossos, a responsabilidade pela malversação do dinheiro que entregamos ao governo, para ser administrado em favor da sociedade, especialmente dos menos favorecidos (ou empobrecidos) pelo sistema.

Se alguém deve ser responsabilizado pela malversação do dinheiro público, esse alguém somos nós. Nós não exercemos nossos direitos de cidadania. Sequer lutamos por mudanças nas leis ou pela aplicação adequada delas ou, ainda, por mudança no processo de julgamento dos que descumprem as leis, para que seja transparente, justo, rápido e exemplar. Somos passivos e rotulamos de esquerdistas, revolucionários, rebeldes, revoltados e outros adjetivos mais, os que trocam o silêncio, a omissão, pelo grito, pela ação.


Sequer temos coragem de lutar pela transparência na aplicação do dinheiro público das igrejas locais e das convenções batistas (apresentar Balanço Patrimonial anualmente não atende ao quesito transparência). Sim, o discurso de alguns que declaram que o dinheiro das igrejas e das convenções são de Deus, tem aparência de piedade, de espiritualidade, mas se tornam um meio de não reconhecermos que ele também é público e sua aplicação deve ser transparente.


Se não somos capazes de cobrar transparência na aplicação dos recursos das igrejas, das convenções e instituições batistas (e de todas as igrejas), que moral nós temos para chegar diante de Deus em oração, pedindo a ele que, num toque de mágica, transforme a realidade da corrupção, malversação dos recursos públicos do país?


Lamentamos o caso Demóstenes Torres, Cachoeira e sua gang, mas sequer estamos acompanhando como tem sido a postura dos senadores eleitos por nós. Temos televisão transmitindo ao vivo as CPIs e Assembléias do Congresso. Isso nos interessa? Temos meios eletrônicos que facilitam a manifestação de opinião aos senadores por nós eleitos. Será que faremos uso disso, por exemplo, quando da decisão da cassação ou não do Senador pego em corrupção?


A falta de consciência e interesse de quem trabalha para sustentar o sistema e a falta de iniciativa dos que são eleitos para administrar os recursos são a causa da malversação dos recursos públicos, sejam religiosos, condominiais, municipais, estaduais ou federais.


A qualidade de vida do povo brasileiro também passa pela transparência da informação de como os recursos são aplicados. Isso possibilita não só maior fiscalização, mas também debates em torno do que, de fato, deve ser prioridade.


Oremos sobre o assunto, mas não transfiramos a Deus, aos políticos ou a quem quer que seja a responsabilidade pela corrupção. Ela é, primeiramente nossa!


Abraços do seu pastor,

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