terça-feira, 26 de junho de 2012

Crianças em situação de vunerabilidade - 25.06.12 - 64/100 dias de oração pelo Brasil

Dentre as muitas coisas que me chamavam a atenção, nas ruas do sul da Flórida, USA, uma eram as placas de trânsito em áreas residenciais com os dizeres: "cuidado com as nossas crianças". Outra eram os semáforos que, nos horários de saída ou entrada de alunos, reduziam drasticamente a velocidade dos carros nas ruas ao redor de escolas. Um outro exemplo eram os ônibus escolares. Quando paravam para uma criança descer, uma placa de PARE nele fixada se abria e todos os carros paravam até que ela se fechasse. Seja pelo respeito consciente, pelo ostensivo policiamento ou pelo valor das multas, o fato é que era perceptível a obediência dos motoristas.

Uma criança foi encontrada andando em um condomínio fechado de casas. Após isso, os pais, brasileiros, récem chegados àquele país, se viram com a polícia e, depois, durante algum tempo, passaram a receber regularmente a presença de assistente social com o objetivo de constatar se, de fato, a criança não havia saído de casa por maus tratos.

Não faço esta menção pelos motoristas, policiais ou assistentes sociais, mas pelas crianças. O cuidado com elas não era apenas um discurso, mas uma prática. A desobediência era efetivamente punida.

Por razões que não vem ao caso, a sociedade brasileira ainda está longe de ser uma sociedade cujos participantes se respeitam. O desrespeito é tanto com a criança, quanto com o idoso. Ele se manifesta nas relações eclesiásticas, nas relações acadêmicas, nas relações de consumo, na vida condominial, no trânsito, enfim.  E quando a lei é descumprida, o desrespeito se manifesta mais uma vez quando o pobre que cometeu a ilegalidade vai preso e o rico, aguarda em liberdade até o crime prescrever.

Não, não estou aqui querendo dizer que os Estados Unidos é tudo de bom e o Brasil tudo de ruim. Apenas quero dizer que há sociedades nas quais o respeito ao ser humano, especialmente às crianças é real. Por isso, há esperança para a sociedade brasileira, pois não somos seres inferiores. É verdade que a nossa "cordialidade" chega a ser burra a ponto de aceitarmos a opressão e a injustiça calados e, pior, fazendo piada em coro, desmoralizando quem reage. Somos, em geral, mau governados em todos os níveis de administração pública, especialmente nas questões relacionadas à educação, que é ponto essencial para uma mudança de mentalidade.

Não nos iludamos. Priorizar a criança, dando-lhe atenção e cuidado especial é muito importante, mas, se isso for feito como ação isolada, a criança crescerá e será contaminda pelo sistema. Somente se nos empenharmos a romper o sistema, em seus principais pontos de influência, conseguiremos alterar a realidade. Essa ruptura não pode ser apenas através de discursos, nem de atos isolados. Ações realizadas em conjunto, seja nas áreas espirituais, éticas, políticas, econômicas, enfim podem fazer com que algo bom aconteça e haja esperança para nossas crianças.

Começar pela ênfase na criança é essencial, pois ela é a parte mais vunerável. Mas ter a visão do todo e como cada parte influencia a outra é um aspecto que merece nossa reflexão e oração.

Abraços do seu pastor,

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