quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vocacionados - Obreiros para a Seara - 28.06.12 - 67/100 dias de oração pelo Brasil

O que é exatamente vocação? Como ela se dá? Podemos dar diversas respostas para essas perguntas, mas a experiência é tão individual e subjetiva que dificilmente encontramos um padrão que enquadre todas as pessoas. O que sabemos é que as pessoas que se declaram vocacionadas, geralmente afirmam que são movidas por uma voz interior, por sentimentos interiores profundos que, se disserem não, se sentem como se estivessem sendo desobedientes. Mesmo sendo bem sucedidas em sua caminhada de vida, atuando fora da "vocação", sempre se lembrarão de que não fizeram o que acreditam que deveriam ter feito.

Vocação não é uma faca colocada no pescoço de alguém que, ou responde positivamente ou morre. Mas, certamente, quando se consegue unir vocação e sustento econômico a pessoa se sente muito mais feliz.


Honestamente falando, não creio que vocação seja experiência exclusiva do universo religioso. Entendo que vocação é uma experiência espiritual, que brota no coração humano, fruto não de uma determinação, de um destino, mas da coincidência de uma série de fatores que envolvem o desenvolvimento da vida de um ser humano, que acabam por levá-lo em determinada direção. Tal "coincidência" faz parte da projeto vida - obra divina - tal qual a vida é.


Não excluo, claro, situações excepcionais nas quais uma pessoa declara ter ouvido a voz de Deus, fato que a impulsionou a tomar determinada decisão atípica e a escolher determinado caminho. Quando isso ocorre, as consequências são tão notáveis que é muito difícil provar que não houve uma vocação "extra-ordinária". Tome-se como exemplo o caso de Abraão que, tendo ouvido a voz de Deus (e ninguém sabe como isso se deu), iniciou uma peregrinação que culminaria não só com o surgimento de uma das nações mais emblemáticas da história da humanidade, mas também da qual originaria o homem que mais influenciou e continua influenciando pessoas: nosso senhor Jesus Cristo.


Creio também na vocação de uma coletividade. Isso se dá quando um conjunto de pessoas têm sentimentos semelhantes em relação a determiniada situação e decidem agir cooperativamente no sentido de realizar a "chamada".


Porém, o mais importante aqui não é discutir o mérito da vocação, mas estimular pessoas a serem sensíveis à voz que vem do coração. Não de forma irresponsável, irrefletida, bruta, mas de forma tranquila, consciente, em espirito de oração, de comunhão com Deus. Além disso, ao ouvirmos esta voz interior, este chamado que brota da alma, entendamos que isso não significa que não precisemos nos preparar para concretizar o chamado. Jesus e Paulo, por exemplo, tiveram seu tempo de preparo. Os discípulos de Jesus tiveram seu tempo de preparo. Vocação, portanto, não indica que um preparo seja desnecessário. Pelo contrário, ela nos motiva ao aperfeiçoamento, a fim de que os resultados de nossa ação sejam eficientes e eficazes.


Precisamos muito que mais pessoas sejam sensíveis à voz de Deus no que se refere à ação no mundo. Não apenas para dirigir instituições religiosas ou executar programas de expansão da fé, mas sobretudo para agir como sal e luz do mundo. Assim podemos contribuir no sentido de construirmos uma vida onde reina o amor e todos os seus efeitos, seja em relação a Deus, em relação a si mesmo, em relação ao próximo ou ao meio ambiente onde a vida se desenvolve.


Abraços do seu pastor,

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