quinta-feira, 28 de junho de 2012

Proclamação da Palavra de Deus para todos os brasileiros - 27.06.112 - 66/100 dis de oração pelo Brasil

Quando penso em "palavra de Deus", três idéias me ocorrem.

A primeira está relacionada a Bíblia. Esse é tema essencial, dogmático até, para os protestantismos. Há divergências na forma de interpretá-la, mas há convergência quanto a sua autoridade para os cristãos.  É que, em contraposição à autoridade de tradições construídas entre os séculos IV e XVI pela Igreja católica, Lutero, mesmo fazendo restrições à Carta de Tiago (a qual chamava de palha) e ao Apocalipse, levantou a bandeira do "sola scriptura", não no intuito de engarrafar, digo, encadernar a "palavra de Deus", mas de definir que todas as tradições e ações da igreja deveriam passar pelo crivo das Escrituras. Mesmo a história posterior tendo demonstrado que isso não foi capaz de padronizar o pensamento, os sentimentos e, consequentemente, a prática da igreja, podemos constatar o quanto ela foi essencial à maneira como se passou a fazer teologia e, porque não, política (Leia "A Bíblia inglesa e as revoluções do século XVII").

A segunda idéia que me ocorre é da palavra de Deus como toda manifestação que brota no coração humano levando-o a agir em favor da vida. Abraão, por exemplo, quando ouviu a voz de Deus, não tinha acesso sequer aos primeiros 5 livros do Velho Testamento, pois isso se deu, segundo Paulo aos Gálatas (3.17), 430 anos antes de Moisés. Porém mudou não somente o rumo de suas história, mas também da história da humanidade. Paulo declarou nunca ter se cansado de "anunciar todo conselho de Deus" (At. 20.27) quando todos os textos do Segundo ou Novo Testamento ainda não estavam prontos, nem o Primeiro ou Velho Testamento havia sido canonizado pelos judeus, nem o Segundo, pela Igreja.

A terceira idéia que me vem é palavra de Deus significando o Cristo encarnado, nas palavras de João: "
No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus" (Jo 1.1), e ainda: "Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele".

A palavra de Deus que proclamamos é, acima de tudo, a pessoa de Jesus. Isso não significa que Deus não fale aos nossos corações, sobre outras questões relacionadas à vida, nem que o que ele fala ao nosso coração pode contrariar as Escrituras quando adequadamente interpretadas, à luz da vida e ministério de Jesus.


Proclamar a palavra de Deus é proclamar Cristo como aquele que encarnou o sentido da vida, a palavra de Deus. Significa proclamar que Deus continua falando livremente aos nossos corações e que colocou à nossa disposição um conjunto de textos que cremos terem sido inspirados, os quais revelam a pessoa de Jesus e são norte para nossa caminhada nesta vida.


Proclamar a palavra de Deus, portanto,  não significa entrar numa disputa político-ideológico-mercadológica em favor da Bíblia, mas levar a sério a vida de Jesus na própria vida, a fim de que nossas atitudes e ações falem muito mais alto do que nossas palavras, em favor dos necessitados.


Abraços do seu pastor,

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