sábado, 16 de junho de 2012

Unidade e Cooperação entre as Igrejas e Organizações - 16.06.12 - 55/100 dias de oração pelo Brasil

Unidade e cooperação, eis dois importantes elementos na caminhada das igrejas.

 Da unidade, considero importante destacar que não é sinônimo de uniformidade. Pelo contrário, sempre que um dos lados envolvidos na unidade entende que a manutenção dela depende da uniformidade no modo de ser, sentir, pensar ou agir, misteriosamente ela se fragiliza e até se rompe. 

Isso ocorre porque quem acredita na uniformidade nunca é altruista o suficiente para abrir mão do seu modo de ser, e encaixar-se no modo de ser alheio. Pelo contrário, sempre se acha, narcisicamente, o dono da verdade, o espiritual, o bem intencionado, "o salvador da pátria". Portanto, o outro que se corrija, que abra mão do seu modo de pensar e sentir e se conforme. Daí o slogan da ditadura militar: "Brasil, ame-o  ou deixe-o". A manifestação do amor, porém, tinha que ser de uma única forma: a dos militares.

 Unidade pressupõe um acordo para concordar em discordar. Somos diferentes. Podemos e até devemos dialogar sobre nossas diferenças, seus efeitos sobre a vida de ambos e até mesmo das instituições das quais fazemos parte, mas isso com respeito, lealdade, sem politicalha e autoritarismo. Como não abrimos mão do nosso modo de ser em favor do modo do outro e, geralmente, para fazer prevalecer nosso jeito, "os fins justificam os meios", adeus unidade! 

Unidade e cooperação não se separam. A cooperação é necessária sempre que reconhecemos pelo menos duas coisas: 1) o outro tem algo que preciso e não tenho; 2) o que o outro e eu temos é insuficiente para alcançarmos o que ambos desejamos. Como essas duas coisas fazem parte do cotidiano da vida, o espírito de cooperação e a disposição para cooperar precisam estar sempre presentes em nós. Se o que um deseja é diferente do outro, a cooperação é afetada. Daí a necessidade constante de diálogo.

  Falando particularmente da cooperação existente entre igrejas batistas e suas convenções, ela se dá de pelo menos 3 maneiras: 1) através da oração; 2) através do know-how de membros das igrejas; 3) através da doação financeira. 

Cooperar com oração parece fácil, mas a impressão que temos é que nem todos as partes envolvidas de fato oram pela cooperação denominacional. Isso porque, se a própria oração (aqui entendida como comunhão com Deus na qual  ambos os envolvidos - Deus e o ser humanao - ouvem e falam) é retrato de cooperação, por que há quem se beneficie do resultado da cooperação, mas não demonstra esforçar-se para fazê-la acontecer? 

Por know-how, refiro-me a doação que membros das igreja fazem do seu "saber-como" em favor do funcionamento eficiente e eficaz da Convenção. O funcionamento de uma Convenção exige múltipla variedade de conhecimentos e, portanto, uma igreja coopera sempre que, pelo menos um de seus membros, dedica voluntariamente parte do seu tempo, energia e conhecimentos para a manutenção e expansão dos objetivos da Convenção. 

Quanto a cooperação financeira, ela ocorre através de contriuições regulares e ofertas especiais das igrejas, pois a cooperação é entre igrejas. 

(Merece acompanhamento e reflexão cuidadosos, as contribuições que saem diretamente dos membros das igrejas para os cofres da Convenção ou um dos seus órgãos ou entidades, pelos motivos e desdobramentos possíveis. Mas isso é assunto para outra reflexão). 

Um dos elementos fragilizadores da cooperação nesta área é o fato de haver uma tendência, em nós dirigentes, de fazermos o máximo, com uma qualidade técnico-profissional excepcional, quando se trata de obter os recursos, mas de "incompetência" profunda, quando se trata de prestar contas com transparência, dos recursos obtidos. (Linguagem didática, propositalmente exagerada, claro!)

Isso produz insatisfação, manifesta ou através de discursos ou da redução e até suspenção da contribuição financeira. 

 Há quem acredite que isso se resolve adotando-se medidas restritivas que forcem a contribuição, em vez de examinar  com dedicação as causas mais profundas. Não resolve, apenas cria uma cooperação conflitante, artificial e frágil.  

Nesse espírito, oremos pela unidade e pela cooperação entre igrejas e organizações, a fim de que cada parte avalie seus anseios, práticas, qualidades, disposição e disponibilidade visando atingir os objetivos almejados. 

Abraços do seu pastor,

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