Liberdade de escolha
1 Coríntios 10.23-31
“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (v.23).
Quando pastoreei, pela primeira vez, a Igreja Batista Emanuel em Boa Viagem, Recife, recebemos a visita do Dr. Jonh Stott, então capelão da coroa britânica. Num sermão memorável ele afirmou que assim como as águas circunscreviam a liberdade dos peixes, o amor circunscrevia a liberdade humana.
Somos livres. A liberdade é um dos valores fundamentais do ser humano. Tanto é que, na narrativa poética da criação, o primeiro desafio da humanidade foi exercitar a liberdade.
A liberdade nos seduz. Ela é tão especial que, se trocada por algum tipo de riqueza material, não resistimos por muito tempo e pagamos qualquer valor para obtê-la de volta. Lembro-me de uma jovem senhora que, em meio a profundo conflito interior, por estar deixando o marido, declarou, dentre outros motivos, o fato de sentir-se presa numa gaiola de ouro.
Nossa liberdade é relativa. Liberdade absoluta é prerrogativa divina. O não reconhecimento da própria limitação é o primeiro passo para a autodestruição. Daí a recomendação paulina: “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”.
A idéia defendida por Paulo é que, em tese, somos livres para fazermos tudo o que desejarmos. Porém, no exercício da liberdade devemos mensurar as consequências, avaliando sua conveniência à luz dos resultados.
Liberdade de escolha, então, não significa dar vazão irresponsável a qualquer desejo. Antes, é a possibilidade que temos de, entre alternativas benéficas e maléficas, ser capaz de optar por aquelas que são construtivas, tanto para nós quanto para os que nos cercam.
(Texto produzido para a Revista Manancial, da UFMBB e publicado na 1ª quinzena de maio)
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