terça-feira, 22 de maio de 2012

Governadores e prefeitos - 22.05.12 - 30/100 dias de oração pelo Brasil

Já comentamos nosso pensamento bíblico sobre oração pelas autoridades, quando oramos pela "Presidenta, seus ministros e secretários". Os interessados devem ler esse texto para compreender melhor nosso posicionamento sobre a recomendação bíblica de orar pelas autoridades, diferenciando autoridade e pessoa investida de autoridade.

Hoje estamos sendo convocados a orar pelos governadores e prefeitos. A recomendação não diz que devemos orar somente pelos que consideramos bons governadores e prefeitos, ou orar pelos governadores e prefeitos aliados à nossa ideologia política ou por governadores e prefeito que priorizam os interesses da classe social na qual estamos inseridos ou, ainda, pelos governadores e prefeitos do partido ao qual sou filiado ou simpatizo.

A recomendação é orar pelos governadores e prefeitos.

Sei que para alguns isso é um desafio, em face do envolvimento político e, quem sabe, desafeto que mantêm com tais dirigentes. Mas, se fomos desafiados por Jesus a orar pelos inimigos, aqueles que se opõem mais veementemente em oposição aos que ocupam os cargos de governador de Estado ou de Prefeito da Cidade, têm uma oportunidade para fazer o que Jesus disse:

 "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'.  Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,  para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.  Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! "
(Mt. 5.43-47)

Quanto mais profunda for sua consciência ou envolvimento político e quanto maior for sua oposição aos que ocupam tais cargos, maior o desafio nesta oração e maior a oportunidade de tornar realidade o comrpomisso que temos com Jesus, em termos de amor e oração.

Pessoalmente, minha expectativa em relação aos que ocupam tais cargos vão em pelo menos duas direções:

1. Administração - Sempre apoiarei governadores e prefeitos que administram a coisa pública com zelo, com competência, com o mesmo cuidado que gostariam que fosse administrado seus proprios bens e recursos.

Governadores e prefeitos que depositam um olhar sobre a cidade como um todo, identifica seus problemas, estabelece uma ordem de prioridade para solucionados, estuda-os, planeja a solução, executa com atenção, controla a execução e avalia os resultados, dentro do processo.

Governadores e prefeitos que defendem a transparência. Eles se candidataram porque quiseram e sabiam o quanto receberiam pelo serviço a ser prestado ao povo. Portanto, tornar transparente o uso do dinheiro público, os processos de contratação, os planejamentos em favor do Estado ou Cidade, nenhum prejuizo trará a ele. A Lei de Acesso a Informação que entrou em vigor em 16 de maio deixa claro que a regra é a transparência. O sigilo deve ser exceção.

Governador e Prefeito que dificulta a implementação da transparência tem alguma má intenção incubada em seu coração. Não há porque temer a transparência quando estamos sendo pagos para cuidar do que não é nosso.

Um governador e prefeito para merecerem meu voto, precisam se enxergar como um síndico que tem consciência de que seu papel não é fazer o que quer, mas administrar em direção àquilo que a comunidade precisa e quer que seja feito com os recursos públicos, do povo.

2. Ideologia - O conceito ideologia é da maior importância, ainda que seja desvalorizado por aqueles que se beneficiam da ideologia vigente. Ideologia é o sentimento ou o pensamento, consciente ou insconciente, que norteia nosso comportamento.

Não devemos ser infantis politicamenrte pra acreditar que os que ocupam tais cargos não são, eles mesmos e os que os apoiam, interessados em fazer prevalecer uma ideologia. O conflito de ideologias é uma realidade, quer admitamos ou não. A força da afirmação ou negação de uma ideologia é diretamente proporcional à posição que nos encontramos diante dela: de beneficiários ou marginalizados.

Nosso falar e agir retratam a ideologia que foi introjetada em nossa mente desde a infância, seja através de processos formais ou informais. Algumas são benéficas outras nocivas. Algumas retratam o interesse público outras os interesses de determinado segmento ou classe social e até corporativo. 

Por exemplo: a idéia que alguns desenvolvem de que Deus predestinou uns para serem enriquecidos outros para serem empobrecidos. Há quem creia assim e até se utilizam de textos bíblicos como justificativa. Aqueles que são enriquecidos repetiriam essa ideologia, pois ela lhes favorece. Aos empobrecidos caberia aceitá-la e acreditar que no céu as coisas se inverteriam. Isso é ideologia da pior qualidade, pois contraria prícipios básicos da fé, como por exemplo o do amor e da justiça divinos em favor de toda criatura.

A felicidade não está em ser rico ou pobre, mas em todos terem acesso a condições dignas de vida, em termos de educação, alimentação, saúde, vestuário, transporte, segurança, lazer, em assim por diante.

Há aqueles que são norteados pela ideologia imoral de que se o bem é público, ele não pertence a ninguém, portanto, dilapidá-lo não representa um mal contra alguém específico. Há aqueles que se guiam pela compreensão, pelo sentimentos de que, se o bem é público, ele nos pertence a todos e, portanto, deve ser interesse de todos preservá-lo e desenvolvê-lo de forma justa e amorosa.

A ideologia, então, está presente por detrás de todas as nossas palavras, decisões e ações. Identificá-la e refletir sobre ela é de grande importância, pois são nossos sentimentos e pensamentos que determinam nosso comportamento. Isso se aplica nas pequenas escolhas que fazemos tanto quanto nas maiores, inclusive de interesse internacional.

Um governador e prefeito, para merecerem meu voto, devem ter demonstrado em suas ações
, antes de ocupar o cargo, que são pessoas empenhadas em maximizar a justiça social e a qualidade  dos relacionamentos interpessoais.

Observe que não estou aqui discutindo modelo político-econômico, economia de mercado ou total controle do Estado. Não se trata de ser, pra usar os extremos, comunista ou capitalista. Trata-se de valores espirituais que transparecem em nossa ideologia e, portanto, no discurso e prática de quem ocupa ou pretende ocupar cargos de governadores e prefeitos.

Que neste dia em que estamos orando por governadores e prefeitos, reflitamos em profundidade a respeito de administração pública e ideologia. Quem sejamos cidadãos capazes de enxergar o que de bom ou mal tem sido feito. Não ter medo de aplaudir o que está indo bem, nem de apontar o que está indo mal. Que coloquemos a vida dos atuais governadores e prefeitos diante de Deus e nos coloquemos ao lado deles, naquilo que é benéfico para toda a sociedade e, em oposição, ao que traz mal à coletividade.

Abraços do seu pastor,
Edvar

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