domingo, 20 de maio de 2012

O clamor do silêncio tem ecoado no Brasil - 20.05.12 - 28/100 dias de oração pelo Brasil

A leitura do texto de Marília Moraes Manhães, no livro-roteiro "100 dias que impactarão o Brasil" prendeu minha atenção do começo ao fim. É que, além das colocações bem feitas por ela, em relação aos surdos, passou por minha cabeça o conhecimento que tenho tido, um pouco mais de perto, dos problemas dos surdos.

Nesses anos de pastorado em Salvador, já tive o privilégio de batizar diversos surdos e aguardo a realização do casamento de um casal surdo, em outubro.


Não só isso. Tenho visto também a dedicação da equipe de interpretes nos cultos, o empenho na realização de estudos bíblicos e encontros de jovens surdos. Tenho visto pais se aproximando do evangelho e se comprometendo com Jesus, por acompanhar seus filhos surdos nas atividades da Igreja. Tenho visto o grupo de surdos feliz, sorrindo, após cada culto.


Mas há um problema. Me dei conta mais recentemente, através do apelo feito pelos líderes do Ministério Vozes do Silêncio, de que os surdos precisam muito mais do que interpretes. Eles precisam ser pastoreados. Eles precisam de alguém com quem possam abrir seus corações e compartilhar suas angústias. Alguém, portanto, que conheça sua lingua e, consequentemente, sua cultura. Alguém que tenha maturidade para "ouvir", equilíbrio para não contar para outros os problemas que tomam conhecimento e condições para ajudá-los a encontrar caminhos para solucionar seus problemas.


Mais ainda: eles também tem dúvidas na área bíblico-teológica. Portanto, eles precisam de alguém que possa dialogar com eles sobre textos das Escrituras, inclusive complexos, cuja interpretação, boa ou ruim, pode determinar todo um roteiro de vida, feliz ou infleiz.


Dispor de intérpretes é algo extraordinário para suas vidas, mas, se não têm com quem abrir suas mentes e corações, pensamentos e sentimentos, a vida se torna ainda mais desafiadora, numa sociedade na qual a lingua vigente é a portuguesa e não a LIBRAS.


Diante disso, o Conselho Diretor da Igreja convenceu-se de que precisamos contratar um pastor para surdos. Alguém com formação teológica e preparo ministerial. Estamos caminhando para a última etapa de uma proposta que deverá ser feita à Assembléia de Membros visando iniciar o processo de busca por alguém que possa desenvolver este ministério pastoral entre nós.


O
remos, então, pedindo a Deus que chame obreiros para esta seara e sensibilize nossos corações para as necessidades dos 6 milhões de surdos no Brasil.

Abraços do seu pastor,

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