domingo, 6 de maio de 2012

Maturidade espiritual dos crentes - 06.05.12 - 14/100 dias de oração pelo Brasil

       Nessa alvorada de domingo, deste 14º dia de oração pelo Brasil, estamos aqui orando pelo amadurecimento espiritual dos crentes e nos comprometermos com esse pedido, pois nos comprometemos com aquilo pelo que oramos.

Primeiro, não estamos aqui pedindo pelo aumento na quantidade de pessoas que se declaram crer, mas vivem como se não cressem. Pessoas que, se usarmos as palavras de Tiago como parâmetro - "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem" (Tg 2.19) -, são piores do que os demônios, pois eles crêem e estremecem, mas elas ficam inertes.

Também não estamos pedindo pelo fortalecimento do acirramento político-ideológico dos "crentes" (no sentido politico-denominacional) em sua luta contra as denominações de raizes católicas, afros, asiáticas, islâmicas ou espíritas, por exemplo. Não é pela promoção do sentimento de guerra entre "crentes" contra o resto do país. Já basta vermos o que "crentes" de diversas religiões estão fazendo onde predomina a visão fundamentalista da religião. Não queremos isso para o nosso país.

O que pedimos neste dia é pela maturidade dos crentes. Maturidade que começa pela fé, como disse muito bem o Pr. Luiz Roberto Silvado, no texto do livro-roteiro "100 dias que impactarão o Brasil". A fé é a base de sustentação da nossa caminhada. É, como disse o autor aos Hebreus, "o firme fundamento das coisas que não se vêem" (Heb. 11.1). É o instrumento de acesso à graça salvadora de Deus em Cristo, no dizer de Paulo (Ef. 2.8).

A fé que, mesmo sendo do tamanho da menor das sementes, é suficiente para tornar-se uma árvores frondosa que serve de abrigo para pássaros (Mt. 13.32), Portanto, torna-se uma árvore que serve.

Tenho dito repedtidas vezes que, se precisasse escolher um parâmetro para distinguir um crente maduro de um imaturo, diria que o diferencial é a capacidade de servir.

A pessoa que alcança a capacidade de servir é alguém que superou o egoísmo e o egocentrismo. Alguém que, humildemente reconhece que não pode viver sem que alguém a sirva, mas também, e sobretudo, sabe que os que estão ao seu redor dependem de seus serviços. Que a vida é feita de manifestações de serviços amorosos. Num momento alguém vem e lava nossos pés com perfume e os enxuga com seus cabelos (Jo. 12.3), noutro fazemos questão de encher uma bacia com água para lavar os pés dos que conosco caminham (Jo.13.5). E assim, aprendemos que a maturidade está em sermos capazes de lavar os pés, uns dos outros, como nos ensinou o mestre (Jo. 13.14-15).

O serviço é a principal marca de nossa maturidade espiritual, simplesmente porque o que diferencia uma vida com Cristo de uma vida sem ele, não é a marca denominacional-religiosa; não são as pessoas com quem caminhamos; não é a quem nos aliamos na política religiosa (fundamentalistas ou liberais; conservadores ou moderados); não são as roupas - seja em termos morais ou de grife - que vestimos; não são nossos hábitos alimentares, nem o templo religioso que frequentamos. 


O que distingue uma vida "velha" de uma "nova", é o amor, como bem pronunciou-se João: "Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte." (I Jo 3.14).

Se os índices de violência, corrupção, desrespeito, enfim, não sofem redução, nas cidades e estados brasileiros onde as igrejas evangélicas apresentam índices de crescimento elevados,  isso é um forte indício de imaturidade espiritual.

Crentes maduros amam e porque amam servem e porque servem focam suas ações não numa competição insensata visando abocanhar uma maior fatia no mercado religioso, nem vivem em torno de um discurso escatológico. Simplesmente agem em busca de maneiras cada vez mais eficazes de manifestação do seu amor e serviço, visando uma vida melhor para todos, a partir do aqui e agora, a partir da reconciliação com Deus.

Oremos, pois, pela maturidade de nós crentes. Oremos, pois, pela maturidade espiritual dos nossos líderes crentes (mais até do que por sua competência técnico-executiva), a fim de que, movidos pelo amor que nos leva ao serviço, façamos diferença, para melhor, na sociedade brasileira e, assim, colaboremos na construção de um país melhor. 

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