quinta-feira, 10 de maio de 2012

Formação Teológica Transformadora - 10.05.12 - 18/100 dias de oração pelo Brasil

Em termos de educação, nossa denominação batista é um retrato em minatura do Brasil. Todos falamos na importância dela, mas ela não é priorizada.

Não são muitas as igrejas que tem uma estrutura adequada, seja em termos organizacionais, curriculares ou patrimoniais para o desenvolvimento do processo educacional. Ter alguém remunerado, seja com dedicação de tempo parcial ou integral está ficando cada vez mais raro.

Mesmo tendo um dirigente na área de educação cristã (ou religiosa) em nível de Estado, as coias não andam, pois raramente há alguém na base local para que um sistema funcione eficazmente.

O problema não é muito diferente na Educação Teológica, responsável pelo preparo daqueles que liderarão as atividades das igrejas locais, as do campos missionários e até mesmo das instituições das convenções batistas.

Primeiro, repetindo o modelo corintiano : "Eu sou de Paulo, eu sou de Apolo, eu sou de Pedro, eu sou de Cristo", alguns líderes colocaram na cabeça que devemos importar a política divisionista da Convenção do Sul dos Estados Unidos: "Eu sou dos fundamentalistas, eu sou dos conservadores, eu sou dos moderados, eu sou dos liberais".

Assim, a impressão que dá é que, em vez de ouvirmos as necessidades das igrejas brasileiras (não somente aquela onde está o meu umbigo) estamos mais interessados em ficar bem na foto, ao lado de interesses externos. A energia, portanto, não está sendo focada na criação de um ambiente de liberdade,  nas instituições teológicas, visando fortalecer o Reino de Deus, mas de competição, visando eliminar o pensamento divergente.

Em decorrência deste espírito corintiano, cada pastor que diverge deste ou daquele professor ou dirigente de determinado seminário, cria uma escola no fundo do seu quintal. Assim, não apenas a qualidade do ensino teológico está descendo a niveis nunca vistos antes na história deste país, mas também há uma pulverização de alunos e recursos, fato que enfraquece o sistema de educação teológica e de preparação ministerial.

Depois, se não bastasse, como os seminários da CBB enfrentam dificuldades financeiras por motivos que não vem ao caso, em vez de termos uma política geral de educação teológica, as organizações missionárias, que tem melhores condições financeiras, não apenas estão iniciando cursos para atender suas áreas de interesse, mas também estão canalizando recursos que são doados pelas igrejas para envio e sustento de missionários, plantação de igrejas e ações sociais, para manter alunos em determinados seminários, levando os dirigentes a focarem o preparo de tais alunos às necessidades vistas não a partir do todo, mas das necessidades específicas dessas organizações.

Missões é nossa área de interesse, mas o preparo teológico oferecido nas escolas deve ser integral. Cada vocacionado é que deve saber, diante de Deus, qual é o seu ou seus dons e investir na direção particular. Uma instituição teológica que não tem a visão global das necessidades humanas e da diversidade dos dons espirituais e foca numa única direção, acaba criando uma igreja aleijada.

Entendo que as Convenções - não as organizações missionárias - podem manter instituições visando preparo específico, mas jamais aceitar que o aluno que passar somente por uma delas possa assumir a presidência de uma igreja. Se alguém faz um curso de formação específica, por exemplo, para anunciar o evangelho, e depois quer presidir uma igreja na condição de pastor, que retorne a um seminário que ofereça preparo integral.

O que não pode continuar é cada um puxando a corda para um lado, seja em termos de disputas corintianas partidaristas, seja em termos de divisão em termos de visão estratégica.

Nossa oração neste dia é no sentido de pedir a Deus que ilumine as mentes daqueles que lideram a denominação (igrejas, associações, convenções, organizações auxiliares, escolas, enfim) e, sobretudo lhes de humildade e espírito de unidade, não de uniformidade, a fim de que a educação teológica seja fortalecida e assim tenhamos obreiras e obreiros adequadamente preparados para assumirem os desafios de um mundo carente de compromisso com o amor de Deus.

Abraços do seu pastor,

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