sexta-feira, 31 de julho de 2009

Seria aconselhável participar do carnaval? (2002)

Gostaria de desvincular a participação no carnaval da idéia de certo ou errado e associá-la à idéia de bom ou ruim, de saudável ou doentio. Isso porque pecado, antes de ser a quebra de normas socialmente estabelecidas, é o erro em relação ao propósito de Deus para a vida. Deus nos criou para que vivamos de maneira saudável, agradável, boa. Qualquer ato, atitude ou palavra que prejudica, desvaloriza, desqualifica a vida, pode ser compreendido como pecado.

O carnaval é um evento desaconselhável porque, na prática, é nocivo à vida, ainda que seus organizadores digam o contrário. Por terem interesses políticos e comerciais, jamais mostram o outro lado do evento. Sendo a meta, engordar suas contas bancárias ou aumentar seu eleitorado, os malefícios do evento ficam em segundo plano.

O carnaval é um evento desaconselhável por aquilo que valoriza. O que valorizamos, como pessoas comprometidas com Jesus, não é a mesma coisa que o evento valoriza. Por exemplo: um dos apetrechos mais vendidos no carnaval se chama MORTALHA. O dicionário Aurélio diz que mortalha, "do latim mortualia, ' veste de luto', é uma "vestidura em que se envolve o cadáver que vai ser sepultado". Sua ideologia, portanto, é de morte e não de vida.

Essa ideologia se torna real pelo acentuado uso de álcool, a droga que mais mata no Brasil; pela disseminação de outros tipos de drogas de efeitos nocivos imediatos; pelo conseqüente descontrole das faculdades racionais, produzido por essas drogas que, além de prejudicar seus usuários, coloca em risco a integridade daqueles que estão ao seu redor; pela conseqüente banalização do corpo humano, tratado como simples objeto descartável de prazer, exposto à prostituição.

Desaconselhável, portanto, não é o ajuntamento social em busca do divertimento, do lazer, da descontração e da construção de novos relacionamentos. Desaconselháveis são: a ideologia do evento, as práticas que ali predominam e a falta de escrúpulo dos organizadores, para quem os fins justificam os meios.

Encontramos, no carnaval, pessoas bem intencionadas que não se alcoolizam, não usam drogas, nem se prostituem. Nem isso, porém, faz dele um bom ambiente para pessoas comprometidas com valores espirituais, cujo propósito é a alegria, a amizade e o respeito à vida. Quem não teve uma experiência com Jesus, como Senhor e Salvador, não pode pensar como pensamos porque os valores que regem suas vidas não são os mesmos que regem as nossas.

Por isso, ao escrever esta reflexão, o propósito não é condenar ninguém, nem colocar uma viseira no rosto de quem quer que seja. Somos livres para fazer escolhas e responsáveis por suas conseqüências. O propósito é apresentar referenciais compatíveis com os valores do Reino de Deus, de tal forma que, aqueles que já se decidiram por colocar o Reino de Deus como valor máximo de suas vidas, mas estão em dúvida, se posicionem. No mais, como nos disse Paulo, "seja a paz de Cristo, o árbitro em vossos corações..." (Col. 3.15)

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