"Despertar" o que? (2001)
Durante esta semana, milhares de jovens batistas estão se encontrando em Niterói, para participar do Despertar 2001, congresso da Juventude Batista Brasileira. Se "Proclamai", nome do congresso missionário promovido pela Junta de Missões Mundiais, tem tudo a ver com Missões, o que "Despertar" tem a ver com a juventude? Estaria a juventude adormecida?
Creio que a juventude está por demais acordada; ela não dorme, está sempre ativa, criando, agindo, canalizando, enfim, suas energias para algum fim. Isso é inerente à sua idade, à sua condição biológica, mental, emocional. Nesse sentido, DESPERTAR deve significar ajuda à juventude, a fim de que canalize suas energias de forma construtiva, individual e coletivamente.
Ao longo dos últimos 30 anos, portanto desde o início da minha adolescência, tenho participado como ouvinte, dirigente ou preletor de mais de uma centena de congressos jovens. E em boa parte deles, a temática não tem sido de "despertamento" mas de "adormecimento". Sim, pois a preocupação dos organizadores é apagar o fogo dos jovens e até alguns dos seus sonhos e ideais.
Estando a juventude em idade de ebulição hormonal, com a temperatura erótica em crescente aquecimento sob o comando equivocado de parte da mídia, alguns congressos se vêem obrigados a funcionar muito mais como Corpo de Bombeiros do que Hidrelétrica espiritual. Alguns preletores, verdadeiros ministros do "apagão", são tão vigorosos no combate ao sexo que quase apagam a chama da libido, vital à existência humana. Colocam sobre os jovens, fardos cujo peso eles mesmos não carregaram em sua juventude, postura desonesta, responsável por sentimentos neuróticos de culpa, de vergonha e de inferioridade.
Não estou defendendo o ensino da liberação sexual em nossos congressos de jovens. Não, ainda não perdi o juízo! A liberação não é a única, nem a melhor alternativa à repressão. Na verdade, ao citar a questão da sexualidade estou usando um exemplo que denuncia a nossa falta de coragem na exposição e debate de um tema que continua sendo abordando da mesma forma que se fazia na era do rádio.
Alguns dos nossos congressos são cópias - com os defeitos das cópias - de congressos norte-americanos. Somos um importante mercado consumidor da economia evangélica norte-americana. Tudo o que se produz lá - livros, discos, campanha de virgindade, modelos de crescimento de igreja, evangelistas televisivos e até disputas político-teológicas - é vendido rapidamente por aqui. Não estou emitindo juízo de valor sobre o direito e a competência comercial norte-americana e, muito menos, o direito dos consumidores. Alerto apenas para o consumo, sem crítica, de tudo o que vem do exterior, movidos por um não superado complexo de colonos. Ainda somos da geração educada sob projetos político-pedagógicos que premiavam aqueles que sempre balançavam afirmativamente a cabeça; projetos que inibiam o pensar filosófico, a pesquisa, a análise de problemas em seus contextos e alternativas de soluções.
Espero que o DESPERTAR seja uma oportunidade para se DESPERTAR a capacidade de reflexão, a fim de que os jovens não fiquem à mercê de repostas geradas em outros contextos, sob a influencia de outros valores culturais; para se DESPERTAR o diálogo entre a cultura bíblica e a cultura brasileira do terceiro milênio; para se DESPERTAR não só a fé mas também a capacidade de não crer, como nos ensina João: "não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo" (I Jo. 4.1); para se DESPERTAR a perspicácia e um estilo de vida simples, no espírito do exemplo e ensino de Jesus: "eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas". (Mt. 10. 16); para se DESPERTAR o desejo de se conhecer mais profundamente o Jesus da nossa fé e com Ele se comprometer, não apenas acima de todas as coisas, mas também de idéias, tradições, costumes, estruturas e sistemas de qualquer natureza.
Creio que a juventude está por demais acordada; ela não dorme, está sempre ativa, criando, agindo, canalizando, enfim, suas energias para algum fim. Isso é inerente à sua idade, à sua condição biológica, mental, emocional. Nesse sentido, DESPERTAR deve significar ajuda à juventude, a fim de que canalize suas energias de forma construtiva, individual e coletivamente.
Ao longo dos últimos 30 anos, portanto desde o início da minha adolescência, tenho participado como ouvinte, dirigente ou preletor de mais de uma centena de congressos jovens. E em boa parte deles, a temática não tem sido de "despertamento" mas de "adormecimento". Sim, pois a preocupação dos organizadores é apagar o fogo dos jovens e até alguns dos seus sonhos e ideais.
Estando a juventude em idade de ebulição hormonal, com a temperatura erótica em crescente aquecimento sob o comando equivocado de parte da mídia, alguns congressos se vêem obrigados a funcionar muito mais como Corpo de Bombeiros do que Hidrelétrica espiritual. Alguns preletores, verdadeiros ministros do "apagão", são tão vigorosos no combate ao sexo que quase apagam a chama da libido, vital à existência humana. Colocam sobre os jovens, fardos cujo peso eles mesmos não carregaram em sua juventude, postura desonesta, responsável por sentimentos neuróticos de culpa, de vergonha e de inferioridade.
Não estou defendendo o ensino da liberação sexual em nossos congressos de jovens. Não, ainda não perdi o juízo! A liberação não é a única, nem a melhor alternativa à repressão. Na verdade, ao citar a questão da sexualidade estou usando um exemplo que denuncia a nossa falta de coragem na exposição e debate de um tema que continua sendo abordando da mesma forma que se fazia na era do rádio.
Alguns dos nossos congressos são cópias - com os defeitos das cópias - de congressos norte-americanos. Somos um importante mercado consumidor da economia evangélica norte-americana. Tudo o que se produz lá - livros, discos, campanha de virgindade, modelos de crescimento de igreja, evangelistas televisivos e até disputas político-teológicas - é vendido rapidamente por aqui. Não estou emitindo juízo de valor sobre o direito e a competência comercial norte-americana e, muito menos, o direito dos consumidores. Alerto apenas para o consumo, sem crítica, de tudo o que vem do exterior, movidos por um não superado complexo de colonos. Ainda somos da geração educada sob projetos político-pedagógicos que premiavam aqueles que sempre balançavam afirmativamente a cabeça; projetos que inibiam o pensar filosófico, a pesquisa, a análise de problemas em seus contextos e alternativas de soluções.
Espero que o DESPERTAR seja uma oportunidade para se DESPERTAR a capacidade de reflexão, a fim de que os jovens não fiquem à mercê de repostas geradas em outros contextos, sob a influencia de outros valores culturais; para se DESPERTAR o diálogo entre a cultura bíblica e a cultura brasileira do terceiro milênio; para se DESPERTAR não só a fé mas também a capacidade de não crer, como nos ensina João: "não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo" (I Jo. 4.1); para se DESPERTAR a perspicácia e um estilo de vida simples, no espírito do exemplo e ensino de Jesus: "eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas". (Mt. 10. 16); para se DESPERTAR o desejo de se conhecer mais profundamente o Jesus da nossa fé e com Ele se comprometer, não apenas acima de todas as coisas, mas também de idéias, tradições, costumes, estruturas e sistemas de qualquer natureza.
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