sexta-feira, 31 de julho de 2009

No viaduto do Canela (2005)

A cena se repete nos horários de pico. Quem desce a ladeira para cruzar o Viaduto do Canela, além de enfrentar uma imensa e lenta fila, ainda precisa fazer marabalismo perigoso para entrar a esquerda. Carros, descendo, subindo ou saindo do Viaduto, disputam, perigosamente, o direito de fazer a manobra em direção a seu destino.

Em alguns países de cultura diferente da nossa, onde, além da predominante disciplina individual, a polícia é forte, respeitadora e respeitada, em cruzamentos como o do Viaduto, quem chega primeiro, sai primeiro. É impressionante o respeito ao direito alheio. Chega a ser bonito assistir como cada veículo, num cruzamento, pára, observa e reconhece a vez do outro. Como todos obedecem – quem não obedece sente os rigores da lei – todos saem ganhando.

No Viaduto do Canela, não! Somente os que descem são obrigados a parar. Como fomos forjados na Lei de Gérson - queremos levar vantagem em tudo - nunca cedemos em favor do outro. O resultado disso é que, no frigir dos ovos, todos saem perdendo.

Cada vez que chego ao local, fico pensando: se ao subirmos cedêssemos a vez para pelo menos um veículo dos que descem e querem entrar a esquerda, ao descermos, enfrentaríamos menos tempo no engarrafamento, com menor risco de acidente. O raciocínio é simples: se na subida eu cedo a vez para alguém, na descida, alguém cederá a vez para mim!

Como altruísmo no trânsito parece não ser nosso forte, perguntamos: por que não colocam um policial no local ou um semáforo inteligente para funcionar nos horários em que o fluxo é maior? Com a palavra os que trabalham para nós nesta área e administram nossas multas e impostos.

Seria bonito, porém, se conseguíssemos agir respeitosa e altruisticamente, cedendo a vez para pelo menos um veículo. E com seria bonito!

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