Atentados em Londres (2005)
"Aqueles engajados em terrorismo devem se dar conta de que nossa determinação em defender nossos valores e nosso modo de vida são maiores do que a determinação deles em matar inocentes em uma tentativa de impor sua visão ao mundo". (Tony Blair)
O mundo assistiu perplexo, no último dia 07 de julho, mais uma ação terrorista de grandes proporções. Depois dos ataques realizados nos Estados Unidos e Espanha, a vez agora foi da Inglaterra. Foram registradas dezenas de mortos e centenas de feridos. O pior é que os possíveis países-alvo dos próximos ataques - aqueles que apóiam ações políticas e militares dos Estados Unidos fora de suas fronteiras, especialmente no Iraque – já vivem a angústia de saber que poderão ser a próxima vítima.
Somos contra todo e qualquer ato terrorista, sejam eles praticados por organizações não governamentais ou por governos reconhecidos internacionalmente. Entenda-se aqui por atos terroristas, todo tipo de ação, previamente avisada ou não, que cause terror, medo, desespero, angústia, desestabilização, enfim, principalmente na vida de civis inocentes, de qualquer gênero ou idade.
Por isso, antes de qualquer outra reflexão, registramos nossa solidariedade às vítimas de Londres, como já fizemos em relação às do World Trade Center, da Espanha, do Afeganistão, Iraque, enfim. Outrossim reafirmamos nosso compromisso de lutar pela construção de um mundo amoroso, justo, livre, pacífico, honesto, democrático...
Não poderíamos, porém, deixar de refletir nas palavras do líder político inglês, Tony Blair, destacando como podemos encontrar nelas, a raiz das guerras e dos atentados terroristas.
Ele afirma que a determinação daqueles que ele representa é maior do que a daqueles que “matam inocentes em uma tentativa de impor sua visão de mundo”. Ora, as ações de Blair e seus representados também têm feito milhares de vítimas inocentes. Ou será que os ataques ao Iraque atingiram somente pessoas más? Tony, num jogo de palavras, passa a impressão de que a defesa de seus “valores e modo de vida” não fazem vítimas inocentes. Fazem sim, e como fazem!
Além disso, a disputa por impor uma visão de mundo não é de um lado só! A causa das guerras, dos terrorismos é justamente a tal defesa determinada, a tal disputa pela imposição ou manutenção, de “valores e modo de vida”. Se, em vez de simplesmente defender seus “valores e modo de vida”, os representados por Blair fossem capazes de refletir sobre que valores são esses e quais são seus efeitos na vida dos que estão fora do seu círculo de representatividade, certamente o futuro teria alguma chance de ser diferente.
Concordamos com alguns dos valores defendidos por Blair. Também defendemos liberdade e democracia, por exemplo. Porém, os valores em disputa são mais do que liberdade e democracia. O modo como se divide o resultado do trabalho e das riquezas, por exemplo, não é resultado de determinação divina, mas de escolhas humanas, de disputas entre pessoas, classes e nações.
É fácil para Blair falar em defesa de “valores e modo de vida” quando isso significa que os que ele representa têm, pelo menos, o mínimo necessário para se viver de maneira digna. Difícil é defender todos os seus valores sabendo que, do outro lado, há pessoas, em quantidade assustadora, vivendo de maneira subumana.
É insuficiente anunciar, durante a reunião do G8 na Escócia, a disponibilização de bilhões de dólares para alguns paises empobrecidos. Isto porque, conforme dá conta o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em 1990, enquanto os fluxos financeiros “do norte para o sul foram na ordem de 54 bilhões de dólares na forma de investimentos, empréstimos e ajudas...as transferências do Terceiro Mundo para o primeiro equivaleram a quinhentos bilhões de dólares” (L. Boff, Experimentar Deus). É isso que precisa ser revisto.
O problema, então, está na determinação de se manter “valores e modo de vida”. Se houvesse determinação em se fazer uma reflexão de todos os valores envolvidos nas relações interpessoais e internacionais, no sentido de se buscar maior justiça social, certamente teríamos maior esperança de ver jorrar menos sangue inocente no futuro.
O mundo assistiu perplexo, no último dia 07 de julho, mais uma ação terrorista de grandes proporções. Depois dos ataques realizados nos Estados Unidos e Espanha, a vez agora foi da Inglaterra. Foram registradas dezenas de mortos e centenas de feridos. O pior é que os possíveis países-alvo dos próximos ataques - aqueles que apóiam ações políticas e militares dos Estados Unidos fora de suas fronteiras, especialmente no Iraque – já vivem a angústia de saber que poderão ser a próxima vítima.
Somos contra todo e qualquer ato terrorista, sejam eles praticados por organizações não governamentais ou por governos reconhecidos internacionalmente. Entenda-se aqui por atos terroristas, todo tipo de ação, previamente avisada ou não, que cause terror, medo, desespero, angústia, desestabilização, enfim, principalmente na vida de civis inocentes, de qualquer gênero ou idade.
Por isso, antes de qualquer outra reflexão, registramos nossa solidariedade às vítimas de Londres, como já fizemos em relação às do World Trade Center, da Espanha, do Afeganistão, Iraque, enfim. Outrossim reafirmamos nosso compromisso de lutar pela construção de um mundo amoroso, justo, livre, pacífico, honesto, democrático...
Não poderíamos, porém, deixar de refletir nas palavras do líder político inglês, Tony Blair, destacando como podemos encontrar nelas, a raiz das guerras e dos atentados terroristas.
Ele afirma que a determinação daqueles que ele representa é maior do que a daqueles que “matam inocentes em uma tentativa de impor sua visão de mundo”. Ora, as ações de Blair e seus representados também têm feito milhares de vítimas inocentes. Ou será que os ataques ao Iraque atingiram somente pessoas más? Tony, num jogo de palavras, passa a impressão de que a defesa de seus “valores e modo de vida” não fazem vítimas inocentes. Fazem sim, e como fazem!
Além disso, a disputa por impor uma visão de mundo não é de um lado só! A causa das guerras, dos terrorismos é justamente a tal defesa determinada, a tal disputa pela imposição ou manutenção, de “valores e modo de vida”. Se, em vez de simplesmente defender seus “valores e modo de vida”, os representados por Blair fossem capazes de refletir sobre que valores são esses e quais são seus efeitos na vida dos que estão fora do seu círculo de representatividade, certamente o futuro teria alguma chance de ser diferente.
Concordamos com alguns dos valores defendidos por Blair. Também defendemos liberdade e democracia, por exemplo. Porém, os valores em disputa são mais do que liberdade e democracia. O modo como se divide o resultado do trabalho e das riquezas, por exemplo, não é resultado de determinação divina, mas de escolhas humanas, de disputas entre pessoas, classes e nações.
É fácil para Blair falar em defesa de “valores e modo de vida” quando isso significa que os que ele representa têm, pelo menos, o mínimo necessário para se viver de maneira digna. Difícil é defender todos os seus valores sabendo que, do outro lado, há pessoas, em quantidade assustadora, vivendo de maneira subumana.
É insuficiente anunciar, durante a reunião do G8 na Escócia, a disponibilização de bilhões de dólares para alguns paises empobrecidos. Isto porque, conforme dá conta o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em 1990, enquanto os fluxos financeiros “do norte para o sul foram na ordem de 54 bilhões de dólares na forma de investimentos, empréstimos e ajudas...as transferências do Terceiro Mundo para o primeiro equivaleram a quinhentos bilhões de dólares” (L. Boff, Experimentar Deus). É isso que precisa ser revisto.
O problema, então, está na determinação de se manter “valores e modo de vida”. Se houvesse determinação em se fazer uma reflexão de todos os valores envolvidos nas relações interpessoais e internacionais, no sentido de se buscar maior justiça social, certamente teríamos maior esperança de ver jorrar menos sangue inocente no futuro.
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