Meu amor pelo nordeste (2003)
Entrei no Nordeste pela porta de Maceió, em setembro de 1978, antes da passagem dos furacões Collor e PC Farias. A cidade era destaque nacional por suas lindas praias, as mais belas do país. Foi, entretanto, a visão cristã comprometida e inteligente da liderança da Juventude Batista Alagoana que me motivou a voltar àquela cidade, em setembro de 1983, como pastor da Igreja Batista do Pinheiro.
A experiência de pastorear em Maceió foi muito rica. O período era de efervescência política pelo final da ditadura militar. Enquanto parte significativa dos pastores apoiava o então governador Divaldo Suruagy, ex-aluno do Colégio Batista e alinhado aos militares, pelo menos cinco dos principais sindicatos do Estado eram presididos por jovens batistas, com destaque para Joaquim Brito.
Conheci Joaquim em fevereiro de 1978, no Congresso da Juventude Batista Brasileira, em Porto Alegre e ali iniciamos a aproximação. Daí surgiu uma amizade que produziu bons frutos. Entre 1980 e 1982, Joaquim, presidente da JUBAL e eu, Secretário da JUBAPE, atuaríamos juntos trabalhando pelo CON-NORDESTE.
Paralelamente à liderança denominacional, Joaquim se destacou como líder político chegando à presidência da CUT alagoana e, mais recentemente, como Deputado Federal pelo PT e Secretário de Estado em Alagoas. Curiosamente, tendo iniciado sua carreira profissional como estagiário da CEAL (Centrais Elétricas de Alagoas ?) em 1975, hoje é presidente da Empresa. Por isso, qualquer trabalho acadêmico sobre a atuação de batistas brasileiros na política que não considere a ação deste líder e da Juventude Batista Alagoana, precisa ser revisto. (O mesmo deve ser dito em relação à família do Pr. Israel Dourado Guerra, em Pernambuco). Foram pessoas como ele, comprometidas com um evangelho de ação e não somente de contemplação, inclusive as de posição ideológica diferente, que fortaleceram meu amor pelo Nordeste.
No Recife, cheguei em fevereiro de 1979. Depois de mais de dois dias dentro de um ônibus, desci na antiga Rodoviária do Cais de Santa Rita, ansioso por conhecer a Rua do Padre Inglês e o Seminário do Norte onde me graduaria e me especializaria em teologia, seria membro de sua Junta Administrativa e teria uma passagem rápida por seu magistério, devido a outras prioridades. (Além do STBNB, também construí mais alguns conhecimentos estudando na UFPE e ensinando no SEC). Como seminarista, trabalhei com os pastores José Deusarte, na Igreja Batista de Bairro Novo, em Olinda; Eli Fernandes, na Igreja Batista da Rua Imperial; Livingstone Cunha, na então JUNTIVA-PE e Amauri Munguba, na Igreja Batista do Cordeiro. Nas igrejas citadas me senti amado por muita gente, verdadeiros pais, mães, irmãos e amigos. Diga-se de passagem, o papel das famílias das igrejas na vida dos seminaristas deveria receber atenção dos seminários e até ser objeto de estudos.
Ao deixar São Paulo para viver no Nordeste, fiz o caminho inverso da história da migração brasileira. O último empurrão para que isso ocorresse foi dado por Wagner, em outubro de 1978, no então Instituto Bíblico Batista do Estado de São Paulo, em Bauru. Na ocasião, eu presidia o congresso do Departamento de Mocidade da Associação Centro e ele participava na condição de Presidente da Mocidade da Associação Vale do Paraíba. Ele planejava prestar vestibular de medicina no Estado da Paraíba e a idéia era trabalharmos juntos com juventude, no Nordeste. Esses planos não deram certo para ele e nunca mais nos vimos; para mim, entretanto, se concretizaram. Durante quase 25 anos exerci muitas funções denominacionais; cruzei o sertão de diversos Estados; estive em quase duas centenas de igrejas; falei em congressos e acampamentos de adolescentes, jovens, pastores, famílias...; batizei centenas de pessoas, aconselhei, fui aconselhado... e meu amor pelo Nordeste se tornou realidade.
Meu amor pelo Nordeste se tornou realidade porque não foquei a visão na sua propalada condição de relativa pobreza; porque aprendi, a tempo, a não fazer das estruturas denominacionais ou do status e prestígio que elas efemeramente conferem, meu propósito ministerial; porque descobri, a tempo, que as pessoas, os relacionamentos, deveriam ser priorizados, pois as funções exercidas ficam esquecidas nas páginas dos livros de atas ou de relatórios, mas as pessoas que amamos nos carregam consigo, num testemunho vivo, ambulante, daquilo que dá sentido à existência humana, verdadeiro combustível da vida: o amor.
A experiência de pastorear em Maceió foi muito rica. O período era de efervescência política pelo final da ditadura militar. Enquanto parte significativa dos pastores apoiava o então governador Divaldo Suruagy, ex-aluno do Colégio Batista e alinhado aos militares, pelo menos cinco dos principais sindicatos do Estado eram presididos por jovens batistas, com destaque para Joaquim Brito.
Conheci Joaquim em fevereiro de 1978, no Congresso da Juventude Batista Brasileira, em Porto Alegre e ali iniciamos a aproximação. Daí surgiu uma amizade que produziu bons frutos. Entre 1980 e 1982, Joaquim, presidente da JUBAL e eu, Secretário da JUBAPE, atuaríamos juntos trabalhando pelo CON-NORDESTE.
Paralelamente à liderança denominacional, Joaquim se destacou como líder político chegando à presidência da CUT alagoana e, mais recentemente, como Deputado Federal pelo PT e Secretário de Estado em Alagoas. Curiosamente, tendo iniciado sua carreira profissional como estagiário da CEAL (Centrais Elétricas de Alagoas ?) em 1975, hoje é presidente da Empresa. Por isso, qualquer trabalho acadêmico sobre a atuação de batistas brasileiros na política que não considere a ação deste líder e da Juventude Batista Alagoana, precisa ser revisto. (O mesmo deve ser dito em relação à família do Pr. Israel Dourado Guerra, em Pernambuco). Foram pessoas como ele, comprometidas com um evangelho de ação e não somente de contemplação, inclusive as de posição ideológica diferente, que fortaleceram meu amor pelo Nordeste.
No Recife, cheguei em fevereiro de 1979. Depois de mais de dois dias dentro de um ônibus, desci na antiga Rodoviária do Cais de Santa Rita, ansioso por conhecer a Rua do Padre Inglês e o Seminário do Norte onde me graduaria e me especializaria em teologia, seria membro de sua Junta Administrativa e teria uma passagem rápida por seu magistério, devido a outras prioridades. (Além do STBNB, também construí mais alguns conhecimentos estudando na UFPE e ensinando no SEC). Como seminarista, trabalhei com os pastores José Deusarte, na Igreja Batista de Bairro Novo, em Olinda; Eli Fernandes, na Igreja Batista da Rua Imperial; Livingstone Cunha, na então JUNTIVA-PE e Amauri Munguba, na Igreja Batista do Cordeiro. Nas igrejas citadas me senti amado por muita gente, verdadeiros pais, mães, irmãos e amigos. Diga-se de passagem, o papel das famílias das igrejas na vida dos seminaristas deveria receber atenção dos seminários e até ser objeto de estudos.
Ao deixar São Paulo para viver no Nordeste, fiz o caminho inverso da história da migração brasileira. O último empurrão para que isso ocorresse foi dado por Wagner, em outubro de 1978, no então Instituto Bíblico Batista do Estado de São Paulo, em Bauru. Na ocasião, eu presidia o congresso do Departamento de Mocidade da Associação Centro e ele participava na condição de Presidente da Mocidade da Associação Vale do Paraíba. Ele planejava prestar vestibular de medicina no Estado da Paraíba e a idéia era trabalharmos juntos com juventude, no Nordeste. Esses planos não deram certo para ele e nunca mais nos vimos; para mim, entretanto, se concretizaram. Durante quase 25 anos exerci muitas funções denominacionais; cruzei o sertão de diversos Estados; estive em quase duas centenas de igrejas; falei em congressos e acampamentos de adolescentes, jovens, pastores, famílias...; batizei centenas de pessoas, aconselhei, fui aconselhado... e meu amor pelo Nordeste se tornou realidade.
Meu amor pelo Nordeste se tornou realidade porque não foquei a visão na sua propalada condição de relativa pobreza; porque aprendi, a tempo, a não fazer das estruturas denominacionais ou do status e prestígio que elas efemeramente conferem, meu propósito ministerial; porque descobri, a tempo, que as pessoas, os relacionamentos, deveriam ser priorizados, pois as funções exercidas ficam esquecidas nas páginas dos livros de atas ou de relatórios, mas as pessoas que amamos nos carregam consigo, num testemunho vivo, ambulante, daquilo que dá sentido à existência humana, verdadeiro combustível da vida: o amor.
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