Discipulador ou guru? (2005)
Não há dúvidas: a instrução de Jesus dada aos onze seguidores é que deveriam ir e fazer “discípulos de todas as nações” (Mt. 28.16-19). Ainda que o texto em si não o declare, a missão seria para todos os cristãos e não só para eles. Como Jesus disse “o que”, mas não detalhou “o como”, a nós compete definir modo e conteúdo do discipulado.
Por não estar explícita no texto, a definição de metodologia e conteúdo do discipulado fica a critério da escolha de cada um. Assim, se a pessoa ou quem a orienta, não contar com um razoável preparo bíblico-teológico, erros podem ser cometidos pois, tanto para a metodologia, quanto para o conteúdo, encontramos pelo menos duas opções.
Quanto à metodologia: 1) pode-se permitir que o discípulo reflita sobre a vida e ensinos de Jesus e decida-se por si só a aplicação prática e os caminhos a seguir; 2) pode-se exigir obediência incondicional (ainda que sutilmente), transformando-se o discípulo num mero reprodutor das percepções do discipulador.
Quanto ao conteúdo: 1) pode-se trabalhar a vida e ensinos gerais de Jesus, deixando-se por conta do discípulo a aplicação deles às situações concretas; 2) pode-se reproduzir, de forma autoritária, a compreensão cultural do discipulador, descendo-se a detalhes de crenças e modo de agir sobre os quais o próprio Jesus não teria se pronunciado explicitamente.
Se adotarmos as alternativas de número dois, de ambas as questões, não seremos discipuladores, mas gurus; seremos “instrutores particulares de religião e guias espirituais”, como no hinduísmo. No cristianismo os discípulos devem ser de Jesus e não nossos; devem ser, em Cristo, construtores ativos e não passivos de sua própria relação com Deus.
Se tudo o que se sabe sobre Jesus está disponível igualmente para todos, no Novo Testamento, ambos – discípulo e discipulador – têm acesso em condições de igualdade, tanto ao modo, quanto ao conteúdo do discipulado. A diferença entre um e outro está nas experiências que têm com Jesus e nos conhecimentos construídos em torno dele. Portanto, o discipulador deve se diferir do guru pelo fato de ser um facilitador na compreensão dos ensinos de Jesus e não um reprodutor de sua forma particular de ver e viver a vida.
Os discípulos não são nossos, mas de Jesus. É em Jesus, portanto, que devemos nos inspirar ao definir modo e conteúdo do discipulado. É o caráter de Jesus que deve servir de referência para nós e não o do discipulador. Se não estabelecermos esse critério de forma objetiva, corremos o risco de ficarmos à mercê de construções subjetivas ou de “revelações” atribuídas ao Espírito Santo.
Tais construções resultam mais do histórico cultural do discipulador do que de reflexão bíblico-teológica profunda. Quanto às “revelações”, na maioria dos casos, não passam de instrumento de imposição de vontade e de dominação sobre o semelhante, uma vez que seus “médiuns” não aceitam que sejam questionadas, como bem nos ensinam Paulo e João (I Ts. 5.19-22; I Jo. 4.1) e como faziam os bereanos (At. 17.11).
Por não estar explícita no texto, a definição de metodologia e conteúdo do discipulado fica a critério da escolha de cada um. Assim, se a pessoa ou quem a orienta, não contar com um razoável preparo bíblico-teológico, erros podem ser cometidos pois, tanto para a metodologia, quanto para o conteúdo, encontramos pelo menos duas opções.
Quanto à metodologia: 1) pode-se permitir que o discípulo reflita sobre a vida e ensinos de Jesus e decida-se por si só a aplicação prática e os caminhos a seguir; 2) pode-se exigir obediência incondicional (ainda que sutilmente), transformando-se o discípulo num mero reprodutor das percepções do discipulador.
Quanto ao conteúdo: 1) pode-se trabalhar a vida e ensinos gerais de Jesus, deixando-se por conta do discípulo a aplicação deles às situações concretas; 2) pode-se reproduzir, de forma autoritária, a compreensão cultural do discipulador, descendo-se a detalhes de crenças e modo de agir sobre os quais o próprio Jesus não teria se pronunciado explicitamente.
Se adotarmos as alternativas de número dois, de ambas as questões, não seremos discipuladores, mas gurus; seremos “instrutores particulares de religião e guias espirituais”, como no hinduísmo. No cristianismo os discípulos devem ser de Jesus e não nossos; devem ser, em Cristo, construtores ativos e não passivos de sua própria relação com Deus.
Se tudo o que se sabe sobre Jesus está disponível igualmente para todos, no Novo Testamento, ambos – discípulo e discipulador – têm acesso em condições de igualdade, tanto ao modo, quanto ao conteúdo do discipulado. A diferença entre um e outro está nas experiências que têm com Jesus e nos conhecimentos construídos em torno dele. Portanto, o discipulador deve se diferir do guru pelo fato de ser um facilitador na compreensão dos ensinos de Jesus e não um reprodutor de sua forma particular de ver e viver a vida.
Os discípulos não são nossos, mas de Jesus. É em Jesus, portanto, que devemos nos inspirar ao definir modo e conteúdo do discipulado. É o caráter de Jesus que deve servir de referência para nós e não o do discipulador. Se não estabelecermos esse critério de forma objetiva, corremos o risco de ficarmos à mercê de construções subjetivas ou de “revelações” atribuídas ao Espírito Santo.
Tais construções resultam mais do histórico cultural do discipulador do que de reflexão bíblico-teológica profunda. Quanto às “revelações”, na maioria dos casos, não passam de instrumento de imposição de vontade e de dominação sobre o semelhante, uma vez que seus “médiuns” não aceitam que sejam questionadas, como bem nos ensinam Paulo e João (I Ts. 5.19-22; I Jo. 4.1) e como faziam os bereanos (At. 17.11).
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