Cuidados maternos
2 Samuel 21.1-10
“Então Rizpa, filha de Aías, tomando um pano de cilício, estendeu-o para si sobre uma pedra e, desde o princípio da sega até que a água caiu do céu sobre os corpos, não deixou que se aproximassem deles as aves do céu de dia, nem os animais do campo de noite” (v.10).
Para as mães, em qualquer idade somos sempre seus “filhinhos”. Todos nos lembramos de experiências nas quais o cuidado delas marcou nossa existência. O caso de Rizpa, porém, é excepcional e dramático.
O rei Saul descumpriu acordo feito com os gibionitas e tentou exterminá-los. No reinado de Davi houve uma grande fome que foi atribuida àquele pecado de Saul. Para reparar o erro, Davi atendeu uma reivindicação dos gibionitas e entregou 2 filhos e 5 netos de Saul para serem executados.
Eles foram sacrificados num monte, onde seus corpos ficaram estendidos. A fim de impedir que aves de rapina ou animais selvagens tocassem os corpos, Rizpa ficou de plantão, dia e noite, cuidando deles.
Imagino o que não se passava no coração daquela mãe enquanto velava os corpos dos filhos. Em meio à dor intensa e mesmo estando mortos, seu cuidado materno continuava vivo.
O impacto dessa cena foi tão forte que Davi, sensibilizado, decidiu recolher os ossos de Saul e Jônatas e determinou que fossem devidamente sepultados. Isso mostra como um homem, líder político, guerreiro, também pode ser tocado por bons exemplos. Mostra ainda que, mesmo numa cultura machista, é possivel homens aprenderem que manifestação de cuidado com o outro não é “coisa de mulher”, é atitude divina.
As palavras de Jesus, “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne seus pintinhos debaixo de suas asas... e tu não quiseste!” (Mt 23.37) descrevendo o cuidado divino, e o exemplo de Rizpa, são importantes estímulos para homens e mulheres hoje.
(Texto produzido para a Revista Manancial, da UFMBB e publicado na 1ª quinzena de maio)
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