Violência conrtra a mulher no meio evangélico (2007)
O trabalho que está em suas mãos pode ser considerado uma raridade. Não me refiro ao fato de descrever a violência contra a mulher. Isso é notório ao longo da história da humanidade e milhares de livros já foram escritos sobre o assunto. Sua raridade se deve ao fato de tratar da violência promovida dentro de família que se considera evangélica, numa abordagem feita por um homem que faz parte do mundo evangélico.
A violência contra a mulher é praticada desde quando se tem registro da história humana. Não me refiro somente à violência de natureza física, mas principalmente a de natureza política, religiosa e psicológica. Estes tipos de violência, praticados inclusive através da restrição de espaços de atuação social feminina, por puro preconceito, ainda é bastante tolerado em nossa sociedade e também precisa continuar sendo vigorosamente repudiado.
A reação, entretanto, à violência física, merece atenção especial pelos prejuízos imediatos e chocantes que produz, em todas as dimensões do ser humano.
A novidade que este livro traz à tona é o fato da violência estar ocorrendo em índices preocupantes dentro de lares classificados como evangélicos. Explicar o motivo disso deve ser também objeto de preocupação, pois até um passado relativamente recente, famílias evangélicas eram tidas como referência em termos de respeito.
O que estaria acontecendo? Algumas trilhas podem ser apontadas. Primeiro, a elasticidade do termo evangélico. No Brasil, a partir da década de 70 teve início uma espécie de estelionato da marca “evangélico”, que passou a ser usada por qualquer grupo que não comungasse com a fé católica.
Em segundo lugar, o reconhecido crescimento numérico, tanto de igrejas, quanto de indivíduos que se dizem evangélicos, provocado pelo crescente acesso de líderes que se auto-intitulam evangélicos à mídia falada e televisada.
Em terceiro lugar, devemos reconhecer a influência do fenômeno da “sentimentalização da fé”, próprio da cultura pós-moderna, disseminado especialmente através de igrejas de origem carismático-pentecostal, cujo discurso enfatiza quase que exclusivamente o sentir e experimentar, em detrimento do pensar e confiar.
Em quarto lugar, vale salientar o papel do paradigma religioso presente no discurso de muitos pastores, que, na prática, é a troca do Deus conforme revelado nas Escrituras Sagradas - a Bíblia – pelo deus riqueza, elemento central da chamada teologia da prosperidade. Essa troca de Iavé por Mamon eliminou o elemento ética dos sermões, “coisificando” os relacionamentos interpessoais.
Em quinto lugar, não poderia deixar de destacar a influência de uma teologia que coloca o Velho Testamento no mesmo pé de igualdade do Novo Testamento. Enfatizando mais a lei do que a graça e transformando o específico de uma cultura primitiva em regra universal, ela reascendeu a crença da submissão incondicional da mulher ao homem, gerando ainda mais conflitos conjugais, em face da falta de sintonia entre a cultura dos tempos bíblicos com os papéis da mulher no mundo atual.
Finalmente, não poderia deixar de destacar a humanidade daqueles que se dizem evangélicos, também influenciáveis pela cultura da violência, em índices alarmantes, presente em cada espaço e situação da sociedade brasileira, como elemento que merece reflexão.
Deixando de lado as possíveis causas do aumento da violência contra a mulher em lares evangélicos, o fato é que este livro apresenta de maneira clara, não somente como a violência se dá, mas também como os envolvidos reagem e o que podemos fazer para modificar esta situação.
O texto é um sinal de alerta e deve ser lido com atenção por todos que, comprometidos com valores do Reino de Deus, desejam ver a vida a dois como um sinal da presença do Cristo.
A violência contra a mulher é praticada desde quando se tem registro da história humana. Não me refiro somente à violência de natureza física, mas principalmente a de natureza política, religiosa e psicológica. Estes tipos de violência, praticados inclusive através da restrição de espaços de atuação social feminina, por puro preconceito, ainda é bastante tolerado em nossa sociedade e também precisa continuar sendo vigorosamente repudiado.
A reação, entretanto, à violência física, merece atenção especial pelos prejuízos imediatos e chocantes que produz, em todas as dimensões do ser humano.
A novidade que este livro traz à tona é o fato da violência estar ocorrendo em índices preocupantes dentro de lares classificados como evangélicos. Explicar o motivo disso deve ser também objeto de preocupação, pois até um passado relativamente recente, famílias evangélicas eram tidas como referência em termos de respeito.
O que estaria acontecendo? Algumas trilhas podem ser apontadas. Primeiro, a elasticidade do termo evangélico. No Brasil, a partir da década de 70 teve início uma espécie de estelionato da marca “evangélico”, que passou a ser usada por qualquer grupo que não comungasse com a fé católica.
Em segundo lugar, o reconhecido crescimento numérico, tanto de igrejas, quanto de indivíduos que se dizem evangélicos, provocado pelo crescente acesso de líderes que se auto-intitulam evangélicos à mídia falada e televisada.
Em terceiro lugar, devemos reconhecer a influência do fenômeno da “sentimentalização da fé”, próprio da cultura pós-moderna, disseminado especialmente através de igrejas de origem carismático-pentecostal, cujo discurso enfatiza quase que exclusivamente o sentir e experimentar, em detrimento do pensar e confiar.
Em quarto lugar, vale salientar o papel do paradigma religioso presente no discurso de muitos pastores, que, na prática, é a troca do Deus conforme revelado nas Escrituras Sagradas - a Bíblia – pelo deus riqueza, elemento central da chamada teologia da prosperidade. Essa troca de Iavé por Mamon eliminou o elemento ética dos sermões, “coisificando” os relacionamentos interpessoais.
Em quinto lugar, não poderia deixar de destacar a influência de uma teologia que coloca o Velho Testamento no mesmo pé de igualdade do Novo Testamento. Enfatizando mais a lei do que a graça e transformando o específico de uma cultura primitiva em regra universal, ela reascendeu a crença da submissão incondicional da mulher ao homem, gerando ainda mais conflitos conjugais, em face da falta de sintonia entre a cultura dos tempos bíblicos com os papéis da mulher no mundo atual.
Finalmente, não poderia deixar de destacar a humanidade daqueles que se dizem evangélicos, também influenciáveis pela cultura da violência, em índices alarmantes, presente em cada espaço e situação da sociedade brasileira, como elemento que merece reflexão.
Deixando de lado as possíveis causas do aumento da violência contra a mulher em lares evangélicos, o fato é que este livro apresenta de maneira clara, não somente como a violência se dá, mas também como os envolvidos reagem e o que podemos fazer para modificar esta situação.
O texto é um sinal de alerta e deve ser lido com atenção por todos que, comprometidos com valores do Reino de Deus, desejam ver a vida a dois como um sinal da presença do Cristo.
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