Ordem no Culto
1 Coríntios 14.26-40
“porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz” (v.32).
Não confundamos Ordem no culto com Ordem de Culto. A primeira tem a ver com a forma como cristãos se comportam quando se reúnem para cultuar. A segunda tem a ver com liturgia, com a sequência programada da expressão coletiva de adoração.
Ordem no culto, portanto, não tem a ver com modelo adotado por uma igreja quando se reúne para prestar homenagem a Deus. Nem com a quantidade de tempo investido em expressões musicais, leituras bíblica ou mensagem pastoral. Muito menos tem a ver com estilo formal ou espontâneo ou com instrumentos musicais adotados.
Para compreendermos melhor o sentido desta expressão, analisemos o que acontecia na igreja corintiana que levou Paulo a recomendar ordem. Os encontros se caracterizavam por disputas; falta de solidariedade no partir do pão e manifestações místicas que transformavam o ambiente em algo desordenado que não edificava os participantes.
O problema que Paulo aponta, portanto, não se refere a poder ou não conversar no espaço onde o culto acontece. Manifestações de afeto, amizade ou “colocar a conversa em dia” antes do início da liturgia pode evidenciar saúde espiritual dos presentes que se expressa em bons relacionamentos.
Há quem prefira o silêncio, mas isso não é, necessariamente, sinal de espiritualidade. Pode até ser o contrário, pois a espiritualidade genuína promove o desejo de aproximação e não de isolamento. Isso não significa que também não necessitemos de recolhimento, muito menos que tal atitude seja falta de espiritualidade. Nisso – aproximar-se ou recolher-se – cada um deve ser livre para adotar o que entender ser melhor.
(Texto produzido para a Revista Manancial, da UFMBB e publicado na 1ª quinzena de maio)
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