sábado, 1 de agosto de 2009

A recompensa do evangelista

1 Coríntios 9.15-27
“Logo, qual é a minha recompensa? É que, pregando o evangelho, eu o faça gratuitamente, para não usar em absoluto do meu direito no evangelho” (v.18).


A vida é feita de recompensas, sejam elas espirituais, emocionais ou materiais. Tudo o que fazemos resulta em algum tipo de recompensa. São elas que nos motivam, quer tenhamos ou não consciencia disso. Portanto, nada do que fazemos ou dizemos é destituido, absolutamente, de qualquer tipo de interesse.

Podemos classificar a natureza dos interesses e até definir uma escala de prioridades pautada em determinados valores universais, diferenciando, por exemplo, atitudes altruístas das egoístas ou espirituais das materiais. Mas as recompensas imaginadas sempre determinarão nossos interesses.

Na pregação do evangelho não é diferente. Alguns, diria Paulo, “pregam Cristo por inveja a mim e por discórdia, mas outros o fazem com a melhor boa vontade. Estes, por caridade...; aqueles, ao contrário, pregam Cristo por espírito de intriga, e não com reta intenção... Mas não faz mal! Contanto que de todas as maneiras, por pretexto ou por verdade, Cristo seja anunciado, nisto não só me alegro, mas sempre me alegrarei.” (Fil 1.15-18).

Paulo não visava recompensas materiais no papel de evangelista. Ele necessitava do material e, por isso, dependia da generosidade dos cristãos, mas sua motivação era quitar um sentimento de débito presente em seu coração. Ele sentia-se obrigado a pregar, mesmo doente, constrangido pelo amor que o alcançou na estrada de Damasco.

Sua pregação, portanto, era uma resposta amorosa à graça de Deus. Sentia-se recompensado combatendo “com feras em Éfeso” ou sofrendo “escárnios e açoites, cadeias e prisões”. Viver o evangelho era seu lucro. E nós, o que nos motiva? Que recompensa almejamos?

(Texto produzido para a Revista Manancial, da UFMBB e publicado na 1ª quinzena de maio)

0 comentários: