O pastor e a política (2008)
Ainda há quem diga que pastor não se envolve com política. Tal afirmação, obviamente, não é verdadeira, pois pastor é gente e a dimensão política faz parte da essência humana. Basta definirmos política como a arte de se construir uma caminhada saudável entre pelo menos duas pessoas, para confirmarmos que pastor não pode ser excluído desta realidade.
Além disso, duas outras razões explicam a referida crença: primeira, o equívoco de não fazermos diferença entre política como parte essencial da sobrevivência humana, da política partidária; segunda, a herança teológica baseada no ensino de que nossa preocupação deveria ser com o céu, pois aqui tudo é passageiro e, portanto, participação política seria coisa para incrédulo.
Tal pensamento resultou na drástica redução da presença de cristãos sérios na construção das políticas das cidades, contribuindo decisivamente para o estado de putrefação ética que impera nas diversas esferas da sociedade.
E o pastor com isso? O pastor é um formador de opinião. Suas palavras têm o poder de ajudar pessoas a tomarem decisões que beneficiam ou prejudicam a coletividade. Suas mensagens não são neutras. Elas geram ação, reação, omissão ou alienação, por isso, jamais podem ser consideradas sem influência.
Vez por outra me pergunto o porquê dos seminários ensinarem filosofia, psicologia ou sociologia da religião e silenciarem sobre política da religião. Saímos da ditadura militar há quase 30 anos e, conquanto a ação pastoral influencie a cidadania terrestre e a democracia batista exija habilidade em negociação, a política continua excluída da educação ministerial.
Como resultado, enquanto alguns controlam as relações de poder nas instituições eclesiásticas, às vezes de maneira pouco ética, a maioria assiste, murmurando, a sofrida, cambaleante e lenta caminhada de muitas igrejas e convenções.
Curioso é que, se fizermos um estudo profundo dos estatutos e regimentos de nossas organizações ou se observarmos nossas reuniões administrativas, perceberemos cristalinamente a presença da política. Entretanto, insistimos em não admitir que pastor também seja um ser político e continuamos condenando o envolvimento dos “crentes” na política.
Por que não discutimos isso às claras? A quem interessa não tratar deste assunto? Por que esta temática não é incluída na agenda denominacional para, por exemplo, discutirmos quais seriam os valores ético-espirituais que deveriam nortear as ações políticas do pastor? Por que continuamos afirmando que pastor não se envolve em política? Por que fazemos de conta que este tema não é relevante?
Morro de vergonha cada vez que fico sabendo de pastor que trata políticos partidários como despachantes cinco estrelas; que procuram “nossos” representantes para pedir ônibus, emprego e outras coisas mais e usam o voto de membros da igreja como moeda de troca, transformando suas comunidades em curral eleitoral.
Não é por acaso que, geralmente, os que mais agem assim, são também os mais contrários à discussão do assunto em nosso meio. Enquanto isso eles continuam fazendo política de qualidade ética ruim, usando o prestígio e o raio de influência, conferidos por suas funções nas estruturas eclesiástico-denominacionais.
Sugiro, por isso, que admitamos a natureza política da nossa função e invistamos em leituras, participação em congressos, seminários, que nos ajudem a clarear, não se devemos ou não exercer papel político – fato óbvio –, mas como exercê-lo e por quais princípios e valores sermos norteados.
Além disso, duas outras razões explicam a referida crença: primeira, o equívoco de não fazermos diferença entre política como parte essencial da sobrevivência humana, da política partidária; segunda, a herança teológica baseada no ensino de que nossa preocupação deveria ser com o céu, pois aqui tudo é passageiro e, portanto, participação política seria coisa para incrédulo.
Tal pensamento resultou na drástica redução da presença de cristãos sérios na construção das políticas das cidades, contribuindo decisivamente para o estado de putrefação ética que impera nas diversas esferas da sociedade.
E o pastor com isso? O pastor é um formador de opinião. Suas palavras têm o poder de ajudar pessoas a tomarem decisões que beneficiam ou prejudicam a coletividade. Suas mensagens não são neutras. Elas geram ação, reação, omissão ou alienação, por isso, jamais podem ser consideradas sem influência.
Vez por outra me pergunto o porquê dos seminários ensinarem filosofia, psicologia ou sociologia da religião e silenciarem sobre política da religião. Saímos da ditadura militar há quase 30 anos e, conquanto a ação pastoral influencie a cidadania terrestre e a democracia batista exija habilidade em negociação, a política continua excluída da educação ministerial.
Como resultado, enquanto alguns controlam as relações de poder nas instituições eclesiásticas, às vezes de maneira pouco ética, a maioria assiste, murmurando, a sofrida, cambaleante e lenta caminhada de muitas igrejas e convenções.
Curioso é que, se fizermos um estudo profundo dos estatutos e regimentos de nossas organizações ou se observarmos nossas reuniões administrativas, perceberemos cristalinamente a presença da política. Entretanto, insistimos em não admitir que pastor também seja um ser político e continuamos condenando o envolvimento dos “crentes” na política.
Por que não discutimos isso às claras? A quem interessa não tratar deste assunto? Por que esta temática não é incluída na agenda denominacional para, por exemplo, discutirmos quais seriam os valores ético-espirituais que deveriam nortear as ações políticas do pastor? Por que continuamos afirmando que pastor não se envolve em política? Por que fazemos de conta que este tema não é relevante?
Morro de vergonha cada vez que fico sabendo de pastor que trata políticos partidários como despachantes cinco estrelas; que procuram “nossos” representantes para pedir ônibus, emprego e outras coisas mais e usam o voto de membros da igreja como moeda de troca, transformando suas comunidades em curral eleitoral.
Não é por acaso que, geralmente, os que mais agem assim, são também os mais contrários à discussão do assunto em nosso meio. Enquanto isso eles continuam fazendo política de qualidade ética ruim, usando o prestígio e o raio de influência, conferidos por suas funções nas estruturas eclesiástico-denominacionais.
Sugiro, por isso, que admitamos a natureza política da nossa função e invistamos em leituras, participação em congressos, seminários, que nos ajudem a clarear, não se devemos ou não exercer papel político – fato óbvio –, mas como exercê-lo e por quais princípios e valores sermos norteados.
1 comentários:
pastor e um ser humano normal que , ele come ele bebe vai ao banheiro ele morre . ele luta pois na biblia diz enquanto os maus governan os bons se oprimem nao e por ser pastor ou padre ,que temos que calar ,
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