Relações de poder nas Juntas(2005)
Ocupei, em 30 anos de atuação na estrutura denominacional, funções nos dois lados da mesma moeda: membro e executivo de Junta. Já me senti “representante de interesses do povo” e defensor das finalidades ou sobrevivência institucional. Aprendi um pouco dos sentimentos reinantes nos dois lados e os conflitos que caracterizam a relação membro de Junta/Executivo. Há seis anos sem ser vidraça e feliz no ministério pastoral, sinto-me à vontade para escrever sobre o tema.
A relação Membro de Junta/Executivo é menos ou mais conflituosa, dependendo dos interesses que envolvem a instituição. Veja o exemplo das Juntas Missionárias – JMN e JMM - da Convenção Batista Brasileira. Dirigi-las é um grande desafio, tanto em decorrência de suas finalidades e estrutura, quanto por serem a menina dos olhos dos batistas. Creio, entretanto, que a probabilidade de conflitos na JMN é maior, pois atua em espaços semelhantes aos dos campos estaduais e os interesses nem sempre coincidem.
Membros dessa Junta são eleitos para administrar a instituição, mas também são cobrados como representantes dos interesses de suas convenções estaduais. Assim, podem sofrer pressões, por exemplo, no sentido de conseguirem mais obreiros da JMN para seus campos. Esse fato os influencia no modo de exercerem seus papéis, pois os colocam no centro de interesses às vezes diferentes: os da Junta e os de seus campos. Isso sem falar dos problemas, nos Estados, entre missionários e obreiros ou igrejas, que afetam as relações Junta/líderes estaduais, com rebatimento, inclusive, nas assembléias convencionais.
Em outras instituições, as possibilidades de conflitos também são múltiplas. Nos colégios batistas, por exemplo, há interesses por emprego, salários, uso de espaço físico, bolsas de estudo, patrocínio de eventos e, de vez em quando, pela qualidade do ensino e serviços! Neles e em outras instituições, seus dirigentes ganham visibilidade, facilitando candidaturas político-partidárias, ascensão denominacional ou suposta influência sobre o voto de seus liderados. Isso abre espaços para barganhas em períodos eleitorais (denominacionais e nacionais) e conflitos extremamente nocivos à causa.
É provável que, entre as causas da falência da JUERP, fatores como esses, além dos relacionados à escolha de livros (principalmente de escritores que atuam na Junta!) ou linhas de pensamentos a serem publicados, influenciaram na crise.
Essas possibilidades, somadas aos problemas de personalidade, de diferenças de compreensão da realidade e, sobretudo, de falta de respeito ao espaço ocupado pelo outro, fazem com que a permanência prolongada na função de executivo, em certas instituições, se torne um imenso desafio, um eterno ato de marabalismo.
É flagrante o desrespeito às atribuições estatutárias da parte de alguns. As Convenções definem e distinguem com “clareza cristalina” as atribuições dos Executivos e dos Membros das Juntas. Entretanto, se há executivos que extrapolam, há também membros que não se contentam em exercer suas atribuições. Por terem o poder de demitir o Executivo, usurpam seus poderes, tornam-se dominadores, opressores até, transformando num inferno a vida dos que administram.
Isso não desmerece nossas instituições ou líderes, pois não significa que tais práticas sejam dominantes. Mas alerta-nos e nos estimula a sermos menos ingênuos em nosso envolvimento cooperativo.
A relação Membro de Junta/Executivo é menos ou mais conflituosa, dependendo dos interesses que envolvem a instituição. Veja o exemplo das Juntas Missionárias – JMN e JMM - da Convenção Batista Brasileira. Dirigi-las é um grande desafio, tanto em decorrência de suas finalidades e estrutura, quanto por serem a menina dos olhos dos batistas. Creio, entretanto, que a probabilidade de conflitos na JMN é maior, pois atua em espaços semelhantes aos dos campos estaduais e os interesses nem sempre coincidem.
Membros dessa Junta são eleitos para administrar a instituição, mas também são cobrados como representantes dos interesses de suas convenções estaduais. Assim, podem sofrer pressões, por exemplo, no sentido de conseguirem mais obreiros da JMN para seus campos. Esse fato os influencia no modo de exercerem seus papéis, pois os colocam no centro de interesses às vezes diferentes: os da Junta e os de seus campos. Isso sem falar dos problemas, nos Estados, entre missionários e obreiros ou igrejas, que afetam as relações Junta/líderes estaduais, com rebatimento, inclusive, nas assembléias convencionais.
Em outras instituições, as possibilidades de conflitos também são múltiplas. Nos colégios batistas, por exemplo, há interesses por emprego, salários, uso de espaço físico, bolsas de estudo, patrocínio de eventos e, de vez em quando, pela qualidade do ensino e serviços! Neles e em outras instituições, seus dirigentes ganham visibilidade, facilitando candidaturas político-partidárias, ascensão denominacional ou suposta influência sobre o voto de seus liderados. Isso abre espaços para barganhas em períodos eleitorais (denominacionais e nacionais) e conflitos extremamente nocivos à causa.
É provável que, entre as causas da falência da JUERP, fatores como esses, além dos relacionados à escolha de livros (principalmente de escritores que atuam na Junta!) ou linhas de pensamentos a serem publicados, influenciaram na crise.
Essas possibilidades, somadas aos problemas de personalidade, de diferenças de compreensão da realidade e, sobretudo, de falta de respeito ao espaço ocupado pelo outro, fazem com que a permanência prolongada na função de executivo, em certas instituições, se torne um imenso desafio, um eterno ato de marabalismo.
É flagrante o desrespeito às atribuições estatutárias da parte de alguns. As Convenções definem e distinguem com “clareza cristalina” as atribuições dos Executivos e dos Membros das Juntas. Entretanto, se há executivos que extrapolam, há também membros que não se contentam em exercer suas atribuições. Por terem o poder de demitir o Executivo, usurpam seus poderes, tornam-se dominadores, opressores até, transformando num inferno a vida dos que administram.
Isso não desmerece nossas instituições ou líderes, pois não significa que tais práticas sejam dominantes. Mas alerta-nos e nos estimula a sermos menos ingênuos em nosso envolvimento cooperativo.
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