Estimulando a comunhão (2008)
Conta-se que numa manhã fria de inverno um casal de porcos-espinhos procurava aquecer-se, mas, a cada aproximação, um machucava o outro. Depois de muito exercício e boa vontade, encontrou-se uma justa posição na qual cada um conseguia extrair o máximo de calor do outro, com o mínimo de ferimento.
Essa fábula retrata bem a experiência humana. Necessitamos de convivência. Nela nos humanizamos, dela nos alimentamos. Mas não há convívio sem ferimentos. Todos, em algum grau, ferimos e nos ferimos, leve ou gravemente. Não há relacionamento sem conflito. Negar isso é evidência de imaturidade.
Há pessoas que preferem não construir relacionamentos a correr o risco de sofrer. Outras vivem perseguindo parcerias ideais, por isso não conseguem manter-se casadas; vivem trocando de igreja ou de emprego. Há pastores que permanecem pouquíssimo tempo em todas as igrejas por onde passam, simplesmente por não admitirem que o problema pode estar neles.
Construir comunhão é uma arte. Nossas múltiplas diferenças favorecem o conflito. É a consciência das vantagens da paz que faz com que prefiramos a cultura da harmonia e trabalhemos artisticamente para estabelecê-la.
Obviamente, há situações em que não há como alcançar comunhão duradoura sem passar pela trilha do conflito. Vemos isso no exemplo de Jesus, Gandhi, Martin Luther King Jr. e tantos outros ícones da paz. Porém, os conflitos encontrados na história deles eram “efeitos colaterais” e não fruto de almas doentias ou propósitos maléficos.
O ministério número um de uma igreja é o da comunhão. Ele antecede até o da evangelização. Evangelizamos porque, primeiramente, experimentamos comunhão com Deus. Confira as citações bíblicas: a) a razão teológica da morte de Jesus na cruz foi possibilitar comunhão entre Deus e a humanidade e entre os seres humanos (Ef. 2.11-19); b) a principal evidência do poder da mensagem que anunciamos, de acordo com Jesus, é a comunhão que vivemos uns com os outros (Jo.17.20-21); c) a maior prova da nossa salvação é o amor que cultivamos (I Jo. 3.14-15).
Comunhão, entretanto, não se estabelece com discurso. Concretiza-se no cotidiano, nas oportunidades que temos de passar tempo juntos, em alguma atividade.
Na década de 60, no auge do Movimento de Renovação Espiritual, publicou-se uma recomendação às igrejas, no sentido de que, ao terminar o culto, cada pessoa fosse imediatamente para casa, “a fim de evitar fofoca”. Tal solução é semelhante ao uso de uma bala de revolver para matar piolhos na cabeça. Não se constrói espiritualidade no isolamento.
Diante disso, deixo três sugestões: 1) enfatize regularmente, através de mensagens ou estudos bíblicos, valores que fortaleçam a comunhão, como por exemplo, humildade, transparência, pluralidade, sinceridade ou lealdade; 2) procure adequar a estrutura organizacional da igreja, a fim de que as atribuições de cada função ou setores sejam distribuídas de maneira justa e favorável à paz, eliminando a concentração e perpetuação de poder que é geradora de animosidades; 3) ajuste as estruturas físicas da sede da igreja para que os membros possam ter onde estar juntos, trabalhando ou simplesmente conversando.
O importante é que a comunhão seja real “a fim de que o mundo creia”.
Essa fábula retrata bem a experiência humana. Necessitamos de convivência. Nela nos humanizamos, dela nos alimentamos. Mas não há convívio sem ferimentos. Todos, em algum grau, ferimos e nos ferimos, leve ou gravemente. Não há relacionamento sem conflito. Negar isso é evidência de imaturidade.
Há pessoas que preferem não construir relacionamentos a correr o risco de sofrer. Outras vivem perseguindo parcerias ideais, por isso não conseguem manter-se casadas; vivem trocando de igreja ou de emprego. Há pastores que permanecem pouquíssimo tempo em todas as igrejas por onde passam, simplesmente por não admitirem que o problema pode estar neles.
Construir comunhão é uma arte. Nossas múltiplas diferenças favorecem o conflito. É a consciência das vantagens da paz que faz com que prefiramos a cultura da harmonia e trabalhemos artisticamente para estabelecê-la.
Obviamente, há situações em que não há como alcançar comunhão duradoura sem passar pela trilha do conflito. Vemos isso no exemplo de Jesus, Gandhi, Martin Luther King Jr. e tantos outros ícones da paz. Porém, os conflitos encontrados na história deles eram “efeitos colaterais” e não fruto de almas doentias ou propósitos maléficos.
O ministério número um de uma igreja é o da comunhão. Ele antecede até o da evangelização. Evangelizamos porque, primeiramente, experimentamos comunhão com Deus. Confira as citações bíblicas: a) a razão teológica da morte de Jesus na cruz foi possibilitar comunhão entre Deus e a humanidade e entre os seres humanos (Ef. 2.11-19); b) a principal evidência do poder da mensagem que anunciamos, de acordo com Jesus, é a comunhão que vivemos uns com os outros (Jo.17.20-21); c) a maior prova da nossa salvação é o amor que cultivamos (I Jo. 3.14-15).
Comunhão, entretanto, não se estabelece com discurso. Concretiza-se no cotidiano, nas oportunidades que temos de passar tempo juntos, em alguma atividade.
Na década de 60, no auge do Movimento de Renovação Espiritual, publicou-se uma recomendação às igrejas, no sentido de que, ao terminar o culto, cada pessoa fosse imediatamente para casa, “a fim de evitar fofoca”. Tal solução é semelhante ao uso de uma bala de revolver para matar piolhos na cabeça. Não se constrói espiritualidade no isolamento.
Diante disso, deixo três sugestões: 1) enfatize regularmente, através de mensagens ou estudos bíblicos, valores que fortaleçam a comunhão, como por exemplo, humildade, transparência, pluralidade, sinceridade ou lealdade; 2) procure adequar a estrutura organizacional da igreja, a fim de que as atribuições de cada função ou setores sejam distribuídas de maneira justa e favorável à paz, eliminando a concentração e perpetuação de poder que é geradora de animosidades; 3) ajuste as estruturas físicas da sede da igreja para que os membros possam ter onde estar juntos, trabalhando ou simplesmente conversando.
O importante é que a comunhão seja real “a fim de que o mundo creia”.
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