Xô, amargura (II) (2004)
O estado de espírito de uma pessoa amargurada não é nada agradável. Além da infelicidade própria, contamina aqueles que estão ao seu redor. Se a amargura é fruto de desentendimento com alguém conhecido, o ressentimento dificulta a reconciliação. Se a origem é desconhecida, o amargurado acaba encontrando um bode expiatório que pode ser alguém próximo, uma igreja e até a denominação, por exemplo. Quando tem consciência da origem, sua relação com o(s) suposto(s) causador(es) do problema é superficial, hipócrita, diplomática talvez, porém, jamais espontânea e prazerosa. Alfinetar, direta ou indiretamente, a quem causou-lhe a dor, é uma constante em seu dia-a-dia.
Todos estamos sujeitos a experimentar algum grau de amargura. A possibilidade de duras adversidades é tão real que dificilmente alguém pode afirmar que nunca foi ou será atacado por esse "vírus". Por isso, a recomendação bíblica, em dois textos, ganha importância: 1) "tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe e por ela muitos se contaminem" (Heb. 12.15); 2) "Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia" (Ef. 4.31). O que esses textos nos dizem?
Em primeiro lugar, podemos afirmar que a amargura não é um "privilégio" de incrédulos pois tais recomendações foram feitas à Igreja de Jesus Cristo. Crentes sinceros estão sujeitos sim, a se amargurarem. Em segundo lugar, está óbvio que o problema, conquanto de origem individual, pode afetar toda uma coletividade, por isso merece especial atenção. Em terceiro lugar, devemos lutar pela eliminação da amargura e não da pessoa amargurada. Quando não dispomos de meios adequados para lidar com a amargura, nossa tendência é marginalizar seu portador. Em quarto lugar, amargura e graça de Deus são dois elementos que não podem dominar o mesmo coração. Uma pessoa em estado de amargura é uma pessoa privada da graça de Deus. Por isso, membros de igrejas regidas pelo "legalismo", são mais propensos à amargura do que os daquelas que se regem, na prática, pela preciosa graça divina.
É interessante observar que Paulo destaca a amargura como um dos sentimentos que entristecem o Espírito Santo(Ef. 4.30). Isso é fácil de entender uma vez que a amargura afasta as pessoas, contrariando o propósito do Espírito que é aproximar as pessoas. A amargura gera a desunião; o Espírito, comunhão. Analise a história de igrejas ou convenções que se dividiram e encontrará a amargura, provavelmente, como causa na maioria dos casos. Resisto ao Fundamentalismo Teológico, por exemplo, dentre outros, por sua capacidade de gerar amarguras. Para fundamentalistas a vida comunitária não gira em torno da graça de Deus mas da observância incondicional de conceitos estabelecidos politicamente por uma maioria e cristalizados no tempo e no espaço. Para eles, abraçar conceitos é mais importante do que abraçar pessoas, exceto se for para enforcá-las...
Paulo, aos Efésios, apresenta a graça de Deus como o antídoto para a amargura que faz sofrer e isola as pessoas. Essa graça permite que vivamos humildemente, com os pés nos chão, sem sapatos altos ou maquiagem; nos estimula a cultivarmos a suavidade no trato e a paciência no sofrimento; a ajudar o outro em suas fraquezas e a priorizar a "unidade do Espírito no vínculo da paz"; a reconhecer o senhorio de Cristo e não de conceitos humanos, além de outros elementos eficazes no combate à amargura. Já vivi momentos de amargura. Hoje tento manter a "caderneta" de vacinação atualizada. Por isso digo: Xô, amargura!
Todos estamos sujeitos a experimentar algum grau de amargura. A possibilidade de duras adversidades é tão real que dificilmente alguém pode afirmar que nunca foi ou será atacado por esse "vírus". Por isso, a recomendação bíblica, em dois textos, ganha importância: 1) "tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe e por ela muitos se contaminem" (Heb. 12.15); 2) "Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia" (Ef. 4.31). O que esses textos nos dizem?
Em primeiro lugar, podemos afirmar que a amargura não é um "privilégio" de incrédulos pois tais recomendações foram feitas à Igreja de Jesus Cristo. Crentes sinceros estão sujeitos sim, a se amargurarem. Em segundo lugar, está óbvio que o problema, conquanto de origem individual, pode afetar toda uma coletividade, por isso merece especial atenção. Em terceiro lugar, devemos lutar pela eliminação da amargura e não da pessoa amargurada. Quando não dispomos de meios adequados para lidar com a amargura, nossa tendência é marginalizar seu portador. Em quarto lugar, amargura e graça de Deus são dois elementos que não podem dominar o mesmo coração. Uma pessoa em estado de amargura é uma pessoa privada da graça de Deus. Por isso, membros de igrejas regidas pelo "legalismo", são mais propensos à amargura do que os daquelas que se regem, na prática, pela preciosa graça divina.
É interessante observar que Paulo destaca a amargura como um dos sentimentos que entristecem o Espírito Santo(Ef. 4.30). Isso é fácil de entender uma vez que a amargura afasta as pessoas, contrariando o propósito do Espírito que é aproximar as pessoas. A amargura gera a desunião; o Espírito, comunhão. Analise a história de igrejas ou convenções que se dividiram e encontrará a amargura, provavelmente, como causa na maioria dos casos. Resisto ao Fundamentalismo Teológico, por exemplo, dentre outros, por sua capacidade de gerar amarguras. Para fundamentalistas a vida comunitária não gira em torno da graça de Deus mas da observância incondicional de conceitos estabelecidos politicamente por uma maioria e cristalizados no tempo e no espaço. Para eles, abraçar conceitos é mais importante do que abraçar pessoas, exceto se for para enforcá-las...
Paulo, aos Efésios, apresenta a graça de Deus como o antídoto para a amargura que faz sofrer e isola as pessoas. Essa graça permite que vivamos humildemente, com os pés nos chão, sem sapatos altos ou maquiagem; nos estimula a cultivarmos a suavidade no trato e a paciência no sofrimento; a ajudar o outro em suas fraquezas e a priorizar a "unidade do Espírito no vínculo da paz"; a reconhecer o senhorio de Cristo e não de conceitos humanos, além de outros elementos eficazes no combate à amargura. Já vivi momentos de amargura. Hoje tento manter a "caderneta" de vacinação atualizada. Por isso digo: Xô, amargura!
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